Análise epidemiológica de pacientes submetidos à endoscopia digestiva alta em uma unidade de saúde de curta permanência
Epidemiological analysis of patients submitted to high digestive endoscopy in a short-stay health unit

GED gastroenterol. endosc. dig; 36 (1), 2017
Publication year: 2017

Introdução e objetivos:

a Endoscopia Digestiva Alta (EDA) representa o método de endoscopia mais usado, e geralmente é realizada sob sedação consciente. Dentre os efeitos adversos (EA) deste exame, os eventos cardiorrespiratórios são os que implicam maior importância, representando cerca de 60% do total, estando relacionados a fatores predisponentes dos pacientes, tais como obesidade, idade e doenças pulmonares prévias. Assim, considerando-se a relevância dos fatores de risco (FR) relacionados ao paciente e seus possíveis efeitos na morbimortalidade geral do procedimento, objetiva-se com o presente trabalho epidemiológico traçar o perfil do paciente que se submete à EDA no Brasil.

Métodos:

o estudo é transversal com amostragem aleatória de 974 pacientes submetidos à EDA eletiva. O questionário foi aplicado entre janeiro de 2013 e junho de 2013.

Resultados:

a média de idade foi de 40,88 anos, sendo 11,50% acima dos 60 anos. A média do IMC foi de 26,21kg/m², com 53,18% dos entrevistados apresentando sobrepeso ou obesidade. As morbidades encontradas incluíram hipertensão arterial sistêmica (N=152); outras doenças cardíacas (N=35); doenças respiratórias (N=599); diabetes mellitus (N=43); doença tireoidiana (N=68). Os principais medicamentos utilizados foram os benzodiazepínicos (4,93%) ou outros neuropsiquiátricos, somando 11,59%. O uso de álcool foi relatado por 37,39% e 5,54% eram tabagistas. Apenas 19,40% dos pacientes não apresentavam alguma enfermidade coexistente ou FR.

Conclusão:

considerando-se a endoscopia e a sedação envolvida, a atenção às variações demográficas e epidemiológicas populacionais assume especial importância, visto que estão diretamente relacionadas ao aumento da probabilidade de ocorrência de EA cardiorrespiratórios durante e após o procedimento. As conclusões deste trabalho devem ser entendidas à luz de seu local de realização, que é uma unidade ambulatorial.

Background:

the Upper Gastrointestinal Endoscopy (UGE) represents the most common endoscopic modality and it is usually made with conscious sedation. Among the adverse events of this procedure, the cardiovascular events are the most relevant, comprising around 60% of overall events. It is known that some adverse events are related to patient’s risk factors, such as obesity, age and pulmonary disease. Thus, considering the importance of risk factors and their impact in the morbimortality related to the procedure, the aim of this study is to know the epidemiological profile of the patients that need an endoscopy in Brazil.

Methods:

it is a sectional study with an aleatory sample of 974 patients that was submitted to an elective UGE in the period of January of 2013 and June of 2013. A questionnaire was applied to each individual.

Results:

the average age of the study was 40.88 years old, with 11.50% being over 60 years old. The body mass index (BMI) average was 26.21 kg/m² among which 53.18% of the interviewed could be classified as overweight or obese. The morbidities founded were high blood pressure (N=152); other cardiac diseases (N=35); respiratory diseases (N=599); diabetes mellitus (N=43); thyroid diseases (N=68). The most used drugs were benzodiazepines (4.93%) or other psychiatric drugs, comprising 11.59%. The use of alcohol was mentioned by 37.39% and 5.54% were smokers. Only 19.40% amongst the patients did not mention any comorbidity or risk factor to the procedure.

Conclusion:

considering the endoscopy and the sedation involved in the procedure, knowing the demographic and epidemiological differences between populations are of special importance, since they are related to the cardiorespiratory adverse events that can occur during and after an UGE. The conclusions of this study should be interpreted taking into account that it was made in an ambulatory unity.

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