Rev. bras. med. trab; 15 (1), 2017
Publication year: 2017
Contexto:
Os profissionais de saúde são os mais atingidos pela violência no trabalho. Apesar da existência de estudos presentes na literatura, as informações ainda são insuficientes para elucidação do problema. Objetivo:
Analisar os achados da produção científica nacional e internacional sobre a violência no trabalho em hospitais. Métodos:
Revisão integrativa da literatura abrangendo estudos nacionais e internacionais publicados entre 2006 e 2015, em português, inglês e espanhol, nas bases de dados Lilacs, SciELO, BVS e Ibecs, utilizando os descritores controlados. Resultados:
A prevalência da violência ocupacional variou entre 58,2 e 88,9%. A agressão verbal afetou 100% dos trabalhadores em dois artigos e foi a mais retratada nos estudos qualitativos. Pacientes e acompanhantes foram os perpetradores da violência em até, respectivamente, 93,5 e 87% dos casos de violência; os estudos qualitativos corroboram com o exposto. Alguns dos fatores elencados como associados à violência no trabalho foram:
gênero (sexo masculino está mais propenso a ser alvo de agressões), faixa etária mais baixa, categoria de enfermeiro, menor tempo de experiência profissional, trabalho no setor de emergência, sobrecarga de trabalho, quantidade insuficiente de profissionais, espaço físico inadequado, falta de treinamento para lidar com situações de violência, falhas na comunicação, dificuldade de acesso aos serviços de saúde, longo tempo de espera para o atendimento. Conclusões:
A violência no trabalho na área da saúde é um fenômeno crescente e preocupante, o que causa prejuízo à assistência ao paciente e ocasiona adoecimento e incapacitação dos trabalhadores, alertando para a necessidade de implementação de políticas na saúde com estratégias para o enfrentamento do problema.
Background:
Health professionals are the most affected by workplace violence. Despite the availability of studies in the literature, the information is still insufficient to elucidate this problem. Aim:
To analyze the national and international scientific literature about workplace violence in hospitals. Methods:
Integrative literature review of national and international studies published from 2006 to 2015 in Portuguese, English or Spanish included in databases LILACS, SciELO, BVS and IBECS based on the use of controlled keywords. Results:
The prevalence of violence among professionals ranged from 58.2% to 88.9%, verbal aggression affected 100% of workers in two studies, being the most frequently type of aggression mentioned in qualitative studies. Patients and visitors were the perpetrators of violence in respectively 93.5% and 87% of cases; they were singled out as the main aggressors in qualitative studies. The main factors associated with workplace violence were gender (females were most often the victims of aggression), young age, nurse category, short professional experience, working in the emergency sector, overload of work, insufficient number of professionals, inadequate physical space, lack of training to deal with situations of violence, miscommunication, difficulty in access to health services and long wait at the service. Conclusion:
Violence in the health area is a growing and worrisome phenomenon, which impairs the care provided to patients and is a cause of illness and disability for workers. These facts call the attention to the need to implement new practices in the work routine, including strategies to approach this problem.