Diagn. tratamento; 22 (2), 2017
Publication year: 2017
Contexto:
Milhões de pessoas são atendidas nas emergências de todo o mundo e bilhões de dólares são gastos nos sistemas de saúde com exames, muitas vezes desnecessários. Dentre estes, o uso da tomografia computadorizada apresenta um crescimento importante nas últimas décadas, gerando preocupação com relação a riscos relacionados à exposição à radiação e custos. Vários autores têm alertado sobre o aumento de neoplasias cerebrais e leucemia principalmente em crianças e as evidências são crescentes, relacionando esse fato à exposição à radiação.
Objetivo:
Identificar as evidências sobre risco de desenvolvimento de neoplasias relacionados à radiação ionizante com o uso da tomografia computadorizada. Métodos:
Revisão narrativa com busca sistematizada, incluindo estudos sobre a relação entre exposição à radiação por meio da tomografia computadorizada e desenvolvimento de neoplasias. Resultados:
As doses associadas à tomografia estão entre as maiores na radiologia diagnóstica. Há evidências nos estudos epidemiológicos de que a dose correspondente a um exame tomográfico resulta em aumento do risco de neoplasias. Há estimativas, baseadas em modelos matemáticos, de que esse risco seja em torno de 5%. Nas crianças, estudos mostram associação de tomografia com aumento da incidência de leucemia e tumores cerebrais. Conclusões:
Há indução de tumores cerebrais e leucemias em crianças expostas a tomografias. Exames radiológicos, como quaisquer exames, só devem ser pedidos na certeza de que poderão modificar a conduta e beneficiar o paciente. Protocolos clínicos com base nas melhores evidências científicas devem nortear a tomada de decisão.