Diagn. tratamento; 22 (2), 2017
Publication year: 2017
Contexto:
Câncer da pele não melanoma é o mais prevalente no Brasil, sendo o carcinoma basocelular (CBC) e o espinocelular (CEC) os subtipos de maior ocorrência. Apesar das estratégias de conscientização da população sobre os riscos da fotoexposição e da campanha anual da Sociedade Brasileira de Dermatologia para diagnóstico precoce e capacitação dos médicos da atenção primária em saúde para diagnóstico
do câncer da pele, ainda são muitos os casos de diagnóstico tardio dos cânceres da pele, dificultando a realização do tratamento adequado e comprometendo, inclusive, o prognóstico do paciente. Descrição dos casos:
Caso 1 – homem de 86 anos, analfabeto, com úlcera inguinal esquerda há dois anos, de 15 centímetros de diâmetro, friável, bem delimitada. Biópsia incisional revelou:
CBC. Realizada exérese
com linfadenectomia locorregional. O paciente evoluiu bem, mas perdeu seguimento. Caso 2 – mulher de 93 anos, analfabeta, hipertensa e diabética, há três anos com tumoração de oito centímetros, friável, localizada na fronte e glabela. Biópsia incisional revelou:
CEC. Tendo em vista a idade avançada e suas comorbidades, optou-se por realização de radioterapia. Entretanto, a paciente perdeu seguimento. Discussão:
Negligência quanto aos cânceres da pele não melanoma se relaciona, principalmente, a pobreza e baixo nível educacional do paciente, hábitos inadequados de higiene, desconhecimento sobre tumores de pele, idade avançada, moradia longe dos centros urbanos e ausência de dor. Conclusões:
Ocorrência de câncer da pele de grandes dimensões ainda é uma realidade no Brasil. Negligência sobre os cânceres de pele e o atraso no diagnóstico/conduta pode alterar a história natural da doença, aumentando os riscos de recidiva, metástase e óbito.