Rev. bras. cancerol; 61 (2), 2015
Publication year: 2015
Introdução:
Náuseas e vômitos estão entre os efeitos mais frequentes da quimioterapia antineoplásica, afetando cerca de 70% a 80% dos pacientes. A terapia antiemética objetiva prevenir o surgimento desses efeitos. Objetivo:
Verificar a conformidade das prescrições de antieméticos, em uma unidade oncológica, de acordo com as diretrizes internacionais. Método:
Estudo retrospectivo-descritivo a partir da coleta de dados das prescrições de quimioterapia do serviço de oncologia de um hospital universitário de Belém. Foram analisadas as prescrições dos pacientes ambulatoriais atendidos durante o período de um ano. Para a classificação do nível emetogênico de quimioterápicos isolados, utilizaram-se as classificações adotadas pela Multinational Association of Suportive Care in Cancer, American Society of Clinical Oncology e National Comprehensive Cancer Network; e, para associações de quimioterápicos, o algoritmo de Hesketh e colaboradores. Resultados:
Entre as 143 prescrições analisadas, 27,3% apresentaram nível emetogênico baixo, 0,7% moderado e 72% alto. O estudo demonstrou que houve variabilidade entre as prescrições de antieméticos analisadas e as principais diretrizes. Quanto às não conformidades observadas, 53,8% ocorreram no manejo da terapia de nível emetogênico baixo, envolvendo associação ou dose; 100% no nível moderado e 27,2% no nível alto, relacionados à dose.Conclusão:
A prevenção adequada das náuseas e vômitos é essencial para preservar a qualidade de vida dos pacientes oncológicos. Dessa forma, é necessário um protocolo intra-hospitalar para prescrição de antieméticos conforme as diretrizes internacionais. Esta pesquisa também alerta para a necessidade da intervenção farmacêutica em tempo real
a fim de contribuir para o uso racional de medicamentos.