Medicina (Ribeiräo Preto); 50 (1), 2017
Publication year: 2017
Introdução:
O processo de criação do Sistema Único de Saúde (SUS) como um modelo de atenção à
saúde, mais humanizado, abrangente, eficaz e resolutivo tem a intersetorialidade como um de seus
instrumentos para a transformação. No entanto, há escassez de artigos que abordem a intersetorialidade
no contexto da educação médica e da organização das práticas, principalmente na atenção primária.
Objetivo:
Trazer à luz o conceito de intersetorialidade e o princípio da orientação comunitária na organização
das práticas na realidade das equipes de saúde da família, no âmbito do SUS. Método:
Análise
documental realizada para discutir o conceito de intersetorialidade na obra de autores da Atenção
Primária à Saúde (APS), na documentação oficial do Ministério da Saúde e em publicações selecionadas
sobre a intersetorialidade. Discutiu-se também a orientação comunitária nas ações prestadas de APS
segundo a percepção do médico e da equipe de saúde da família, no Brasil. Foi descrita a evolução do
antigo Programa de Saúde da Família para a Estratégia de Saúde da Família como modelo de reorganização
da atenção primária à saúde no SUS e no cenário de ensino das Unidades de Saúde da Família
(USF) ligadas à Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto- Universidade de São Paulo, no período de
1999 a 2014. Resultados:
A documentação oficial e científica consultada mostrou avanço das transformações
nos serviços de Saúde da Família, como modelo de organização da APS no país. O cenário das
USF orientado para a APS vem contribuindo para a adequação da formação médica e dos profissionais
de saúde nessa área. Considerações finais:
Não obstante, percebendo-se as potencialidades das
práticas intersetoriais e orientadas para a comunidade na mudança do paradigma da saúde, há muito o
que fazer no sentido amplo da intersetorialidade, que compreende a abordagem dos determinantes
sociais da saúde no planejamento integrado local. (AU)
Introduction:
The process of creating the Unified Health System (SUS) as one health care model more
humanized, comprehensive, effective and decisive has intersectorality as one of its tools for transformation.
However, there are few articles that address the intersectoral approach in the context of medical
education and organization of practices, especially in primary care. Objective:
Bring forth the concept of intersectionality and the principle of community orientation in the organization of practices in the
reality of family health staffs, under the SUS. Method:
Analysis of documents held to discuss the
concept of intersectionality in the work of authors of Primary Health Care (PHC), the official documentation
of the Ministry of Health and selected publications on intersectionality. It also discussed the community
orientation in the given actions of Primary Health Care in the perception of the physician and the
family health staffs in Brazil. It described the evolution of the former Family Health Program to the
Family Health Strategy as reorganization model of PHC in the SUS and in the education scenario of the
Family Health Units (FHU) involved in the Ribeirão Preto Medical School - University of São Paulo in the
period from 1999 to 2014. Results:
Official and scientific documentation consulted showed advance of
changes in family health services, such as the PHC model of organization in the country. The setting of
FHU oriented to PHC has contributed to the adaptation of medical training and health professionals in
this area. Final Considerations:
Nevertheless, perceiving the potential of intersectoral and practices
geared towards the community in the health paradigm change, there is plenty to do in the broad sense
of intersectionality comprising addressing the social determinants of health in local integrated plan.(AU)