Prevalência e perfil dos pacientes que utilizam antipsicóticos em um hospital do sul do Brasil
Prevalence and profile of patients on antipsychotics in a hospital in southern Brazil

Sci. med. (Porto Alegre, Online); 25 (4), 2015
Publication year: 2015

OBJETIVOS:

Avaliar a prevalência e o perfil de pacientes hospitalizados que receberam prescrição de medicamentos antipsicóticos.

MÉTODOS:

Este foi um estudo de delineamento transversal que avaliou pacientes atendidos durante o ano de 2013 no Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Tubarão, estado de Santa Catarina e que fizeram uso de medicamentos antipsicóticos. A coleta de dados aconteceu integralmente nos prontuários eletrônicos. Os pacientes foram avaliados de acordo com suas características sociodemográficas, tipo de antipsicótico utilizado e diagnóstico clínico pelo Código Internacional de Doenças (CID 10).

RESULTADOS:

De 125.670 pacientes atendidos no HNSC em 2013, 1.559 receberam algum medicamento antipsicótico. A média de idade desses pacientes foi de 50,34 anos (DP=22,89). Não houve variação na prevalência de prescrição de antipsicóticos de acordo com o gênero e notou-se aumento nesta frequência de acordo com a idade dos pacientes. Os antipsicóticos mais prescritos foram os típicos; entre estes o haloperidol foi o mais utilizado, em 852 (54,7%) pacientes. Entre os diagnósticos principais, os transtornos ansiosos foram os mais prevalentes, estando presentes em 131 (6,3%) pacientes. Considerando somente diagnósticos de transtornos mentais ou comportamentais e incluindo os diagnósticos secundários, os transtornos ansiosos estiveram presentes em 233 (14,9%) pacientes. Apenas 470 (30,1%) pacientes que utilizaram antipsicóticos tinham, pelo menos, um diagnóstico de transtorno mental ou comportamental registrado.

CONCLUSÕES:

Houve uma taxa de prevalência de 1,24% de uso de antipsicóticos nos pacientes do Hospital Nossa Senhora da Conceição, sendo haloperidol o antipsicótico mais prescrito. O diagnóstico de transtornos ansiosos foi o mais frequente entre os principais, porém grande parte dos pacientes que receberam antipsicóticos não tinham nenhum diagnóstico psiquiátrico, recebendo-os por outras causas.

AIMS:

To evaluate the prevalence and the profile of inpatients prescribed antipsychotics.

METHODS:

This was a cross-sectional study which evaluated patients admitted to Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC), in Tubarão, State of Santa Catarina, Brazil, in 2013, who were prescribed antipsychotic drugs. All the data were collected from electronic medical records. Patients were evaluated according to their sociodemographic characteristics, type of antipsychotic drug prescribed, and clinical diagnosis (ICD 10).

RESULTS:

Out of 125,670 patients admitted to HNSC in 2013, 1,559 received some kind of antipsychotic. The mean age of the patients was 50.34 years (SD=22.89). There was no variation in the prevalence of antipsychotic drug prescription between male and female patients, but the frequency of these prescriptions increased with age. Conventional antipsychotics were the most commonly prescribed ones, among which haloperidol was prescribed to 852 (54.7%) patients. Among the major diagnoses, anxiety disorders were the most prevalent ones, detected in 131 (6.3%) patients. Considering only the diagnoses of mental or behavioral disorders and including secondary diagnoses, anxiety disorders were observed in 233 (14.9%) patients. A total of 470 (30.1%) patients on antipsychotics had been diagnosed at least once with mental or behavioral disorders.

CONCLUSIONS:

The prevalence of antipsychotic drug use was 1.24% among the inpatients, and haloperidol was the most widely prescribed drug. The diagnosis of anxiety disorders was the most frequent one, but most patients who received antipsychotics had not been diagnosed with any psychiatric disorder, and eventually received them for other reasons.

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