Práticas alimentares de crianças expostas à transmissão vertical do HIV acompanhadas em quatro serviços especializados de Porto Alegre/RS
Feeding practices of children exposed to HIV vertical transmission and followed up at four specialized care centers in Porto Alegre, RS, Brazil

Rev. HCPA & Fac. Med. Univ. Fed. Rio Gd. do Sul; 30 (3), 2010
Publication year: 2010

Introdução:

A alimentação infantil na presença do vírus da imunodeficiência humana (HIV) é complexa e possui uma influência maior na sobrevivência infantil. Diferentes recomendações sobre as práticas alimentares podem ser utilizadas neste contexto.

Objetivo:

Descrever as práticas alimentares de crianças expostas à transmissão vertical do HIV.

Métodos:

Estudo transversal, descritivo, com crianças menores de seis meses, acompanhadas em serviços especializados no tratamento da síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS). Os dados foram obtidos através de entrevistas às mães HIV positivo.

Resultados:

No total, 156 crianças foram incluídas no estudo, 153 (98%) crianças iniciaram o uso da fórmula infantil logo após o nascimento. Neste estudo, 26,3% das crianças receberam leite de vaca antes dos seis meses. Quanto à introdução de alimentos líquidos antes do sexto mês, 66% das crianças recebeu água, sendo 39,7% já no primeiro mês de vida. Em relação ao chá, 84% receberam antes dos seis meses, dos quais 63,5% no primeiro mês. Cento e quarenta e uma (90,4%) crianças receberam algum alimento (sólido ou líquido) antes do sexto mês. O açúcar foi introduzido por 89 mães (57,1%) antes dos seis meses. O uso do mel foi referido em 29,5% das entrevistas, sendo 16,7% já no primeiro mês de vida do bebê.

Conclusão:

Concluiu-se através deste estudo que a alimentação de bebês expostos à transmissão vertical do HIV esta aquém do ideal, mostrando-se inadequada, com introdução precoce dos alimentos complementares.

Introduction:

Infant feeding practices in children infected with the human immunodeficiency virus (HIV) are complex and have a major influence on child survival. Different recommendations on feeding practices may be used in this context.

Aim:

To describe the feeding practices of children exposed to HIV vertical transmission.

Methods:

Cross-sectional study involving children younger than six months followed up at HIV/AIDS specialized care centers. Data were collected by means of questionnaires answered by HIV mothers.

Results:

One hundred and fifty-six children were included in the study. Of these, 153 (98%) children started using infant formula soon after birth. In the present study, 26.3% of the children received cow milk before six months. In relation to the introduction of liquid foods before 6 months of age, 66% of the children received water, and 39.7% of these received water in the first month of life. With regard to tea, 84% consumed it before 6 months; of these, 63.5% did it in the first month of life. One hundred and forty-one (90.4%) children received some food (liquid or solid) before 6 months. Sugar was introduced by 89 (57.1%) mothers before 6 months. Use of honey was reported in 29.5% of the interviews, and 16.7% of the children consumed honey in the first month of life.

Conclusion:

We concluded that the feeding practices of infants exposed to HIV vertical transmission is not adequate, showing early introduction of complementary foods.
VIH

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