Qualidade de vida de médicos residentes de um hospital escola
Quality of life of medical residents from a teaching hospital

Sci. med. (Porto Alegre, Online); 26 (1), 2016
Publication year: 2016

OBJETIVOS:

Avaliar a qualidade de vida de médicos residentes de um hospital escola situado na cidade de Goiânia, Goiás.

MÉTODOS:

Trata-se de um estudo transversal descritivo com abordagem quantitativa. A pesquisa foi realizada por meio de um censo entrevistando todos os médicos residentes do hospital. Foram aplicados dois questionários, sendo um com dados sociodemográficos e ocupacionais e o outro o instrumento World Health Organization Quality of Life - Bref (WHOQOL-Bref), que avalia a qualidade de vida. A análise estatística utilizada foi a paramétrica, com o uso da escala intervalar, análise de variância Scheffé e teste do qui-quadrado, considerando o nível de p<0,05.

RESULTADOS:

Foram entrevistados 84 médicos residentes, com média de idade de 29,8±3,6 anos, sendo 54 (64,3%) do sexo feminino e 53 (63,1%) solteiros. Trinta e oito entrevistados estavam cumprindo o primeiro ano de residência médica, 39 o segundo ano e sete o terceiro ano. A média da carga horária semanal era de 63,19±11,30 horas, e 56 (66,7%) referiram possuir outro emprego além da residência. A qualidade de vida total apresentou o escore 3,44±0,54, o domínio físico 3,51±0,61, o psicológico 3,43±0,63, o de relações sociais 3,42±0,80 e o de meio ambiente 3,39±0,54. A percepção da qualidade de vida apresentou um escore de 2,99±1,00 e a satisfação pessoal com a saúde de 3,04±1,17. Os homens apresentaram escore mais alto para a qualidade de vida total (média 3,64) do que as mulheres (média 3,32) (p=0,005). A diferença significativa entre os sexos apareceu também no domínio físico (p=0,005) e psicológico (p=0,004), nos quais as mulheres apresentaram escores mais baixos (médias respectivamente de 3,8 e 3,7) do que os homens (médias respectivamente de 4,3 e 4,2).

CONCLUSÕES:

A análise geral da qualidade de vida apresentou uma média boa, sendo todos os domínios enquadrados nesta classificação. A autoavaliação evidenciou uma percepção regular da própria qualidade de vida. O sexo feminino foi preditor de pior qualidade de vida geral e nos domínios físico e psicológico.

AIMS:

To assess the quality of life of medical residents from a teaching hospital located in Goiânia, State of Goiás, Brazil.

METHODS:

This is a descriptive cross-sectional study with a quantitative approach. The survey was conducted using a census, during which all medical residents were interviewed.

Two questionnaires were applied:

one containing sociodemographic and occupational data and the World Health Organization Quality of Life - Bref (WHOQOL-Bref), which assesses quality of life. A parametric statistical analysis was used, including interval scale, Scheffé analysis of variance, and chi-square test. A p<0.05 was considered to be statistically significant.

RESULTS:

A total of 84 medical residents with a mean age of 29.8±3.6 years were interviewed. Fifty-four (64.3%) were female and 53 (63.1%) were single. Thirty-eight were attending the first year, 39 were in the second year, and seven were in the third year of residency. The weekly workload showed an average of 63.19±11.30 hours and 56 (66.7%) reported having a job besides the residency program. A score of 3.44±0.54 was obtained for the overall quality of life, 3.51±0.61 for the physical domain, 3.43±0.63 for the psychological domain, 3.42±0.80 for social relations, and 3.39±0.54 for environment. The perception about quality of life showed a score of 2.99±1.00 whereas that of personal satisfaction with health was equal to 3.04±1.17. Men had a higher score for overall quality of life (mean of 3.64) than women (mean of 3.32) (p=0.005). A significant difference between male and female residents was also observed in the physical domain (p=0.005) and in the psychological one (p=0.004), in which women had lower scores (means of 3.8 and 3.7, respectively) than men (means of 4.3 and 4.2, respectively).

CONCLUSIONS:

The overall quality of life assessment yielded a good mean, and all domains were included under this classification. Selfassessment demonstrated regular perception about the residents’ own quality of life. Being a female was a predictor of worse overall quality of life and worse scores in the physical and psychological domains.

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