Sci. med. (Porto Alegre, Online); 26 (1), 2016
Publication year: 2016
OBJETIVOS:
Comparar valores de pressão inspiratória máxima (PImáx) aferidos por um manovacuômetro digital e por um dispositivo eletrônico de treinamento muscular inspiratório e avaliar as repercussões hemodinâmicas após as medidas.
MÉTODOS:
A amostra foi composta por indivíduos acima de 18 anos, de ambos os sexos, internados na unidade de terapia intensiva, hemodinamicamente estáveis, sem uso de drogas vasoativas ou de sedação, intubados ou traqueostomizados, em processo de desmame da ventilação mecânica. Foram feitas três medidas de PImáx pelos dois equipamentos, com tempo de oclusão de 20 segundos e tempo entre as medidas de cinco minutos. Foram analisados frequência respiratória, pressão arterial média e frequência respiratória antes e após cada medida para cada equipamento utilizado. A análise estatística usou os programas Statistical Analysis System e R Project for Statistical Computing V. 3.1.2, aplicando os testes ANOVA e Wilcoxon.
RESULTADOS:
Foram incluídos no estudo 58 pacientes. A média das PImáx obtidas com o manovacuômetro digital foi -46,22 centímetros de água (cmH2O), enquanto a média obtida com o dispositivo de TMI foi -13,15 cmH2O (p<0,001). A frequência cardíaca apresentou aumento na comparação antes e após todas as medidas em ambos os dispositivos (p<0,0001). A pressão arterial média apresentou diferença estatisticamente significativa somente entre antes e após a primeira medida obtida pelo manovacuômetro digital, e entre antes e após a segunda medida obtida com o dispositivo de treinamento muscular inspiratório (p<0,001). A frequência respiratória apresentou variação significativa entre antes e após as três medidas em ambos dispositivos (p<0,0001). Os valores das variáveis hemodinâmicas após as medidas de PImáx permaneceram dentro dos limites da normalidade.
CONCLUSÕES:
O manovacuômetro digital registrou uma PImáx superior à registrada pelo dispositivo eletrônico de treinamento muscular inspiratório. Ambos os dispositivos alteraram os valores das variáveis hemodinâmicas, que entretanto permaneceram dentro da normalidade e sem repercussão clínica.
AIMS:
To compare maximum inspiratory pressure (MIP) measured by a digital manometer and by an inspiratory muscle training (IMT) device and to evaluate hemodynamic changes after measurements.
METHODS:
The sample included male and female individuals older than 18 years admitted to an intensive care unit who were hemodynamically stable, not being treated with vasoactive drugs or sedated, intubated or tracheostomized, and who were in the process of being weaned from mechanical ventilation. MIP was measured by both devices on three different occasions, with an occlusion time of 20 seconds and a 5-minute interval between measurements. The following parameters were assessed:
respiratory rate, mean arterial pressure, and respiratory rate before and after each measurement by each device. The statistical analysis was made in the Statistical Analysis System and the R Project for Statistical Computing V. 3.1.2 softwares, using the ANOVA and the Wilcoxon tests.
RESULTS:
Fifty-eight patients were included in the study. The mean value obtained for MIP was -46.22 centimeters of water (cmH2O) in the digital manometer and -13.15 cmH2O (p<0.001) in the IMT device. Heart rate showed a significant increase (p<0.0001) both before and after all measurements in both devices. Mean arterial pressure showed a statistically significant difference only before and after the first measurement by the digital manometer and before and after the second measurement by the IMT device (p<0.001). The respiratory rate oscillated significantly before and after the three measurements by both devices (p<0.0001). The hemodynamic parameters remained within reference values after MIP measurements.
CONCLUSIONS:
The digital manometer recorded a higher MIP than that measured by the IMT device. The hemodynamic parameter values oscillated in both devices, but they remained within the normal range and were not clinically significant.