O desempenho da escala de Oxford e do biofeedback manométrico perineal na avaliação da incontinência urinária de esforço em mulheres no período do climatério
Performance of the Oxford scale and of the manometric perineal biofeedback in the evaluation of stress urinary incontinence in climacteric women

Sci. med. (Porto Alegre, Online); 26 (1), 2016
Publication year: 2016

OBJETIVOS:

Avaliar o desempenho de dois métodos de aferição da força muscular perineal: palpação vaginal utilizando a escala de Oxford modificada e biofeedback manométrico perineal, no diagnóstico da incontinência urinária de esforço em mulheres no período do climatério.

MÉTODOS:

A população do estudo foram mulheres na faixa etária de 35 a 65 anos (período do climatério), cadastradas em unidades de Estratégia de Saúde da Família dos municípios de Ijuí/RS e Catuípe/RS. Para a seleção da amostra consideraram-se os seguintes critérios de inclusão: ter realizado a avaliação urofuncional por anamnese e exame físico; mulheres continentes ou com incontinência urinária de esforço. A avaliação da funcionalidade do assoalho pélvico foi realizada através da palpação digital vaginal da musculatura perineal e da mensuração da pressão perineal por biofeedback manométrico perineal. A análise dos dados foi realizada através do programa IBM SPSS versão 18.0. A associação entre o grau de força muscular e a condição de continência urinária foi avaliada pelo teste do qui-quadrado. Para comparar as médias dos valores de pressão perineal segundo o grau de força muscular categorizado foi utilizado o teste de Mann-Whitney para amostras independentes. Um valor de p≤0,05 foi considerado estatisticamente significativo.

RESULTADOS:

Participaram do estudo 50 mulheres, sendo que 28 (56%) apresentavam continência urinária, enquanto que 22 (44%) apresentavam incontinência de esforço. Não houve associação estatisticamente significativa entre o grau de força muscular e a condição de continência urinária (p=0,96). Ao comparar as médias dos valores da pressão perineal das mulheres continentes e das incontinentes não foi observada diferença significativa. Foi obtido um valor preditivo positivo de 93% do biofeedback manométrico perineal, mas a acurácia do mesmo foi de 46% e a da escala de Oxford modificada foi de 54%.

CONCLUSÕES:

Quando usados isoladamente, os dois métodos de avaliação da funcionalidade dos músculos do assoalho pélvico – escala de Oxford e biofeedback manométrico perineal – não foram conclusivos para o diagnóstico da incontinência urinária de esforço em mulheres no período do climatério.

AIMS:

To verify the efficiency of two methods for perineal muscle strength assessment – vaginal digital palpation using the modified Oxford scale and manometric perineal biofeedback – in the diagnosis of stress urinary incontinence in climacteric women.

METHODS:

The study population consisted of women aged 35 to 65 years (in the climacteric) enrolled at Family Health Strategy units in two southern Brazilian towns (Ijuí and Catuípe).

The following inclusion criteria were used for sample selection:

functional assessment of the urinary tract (history and physical examination) and continent women or women with stress urinary incontinence. The evaluation of pelvic floor functionality was performed by digitally palpating the vaginal and perineal muscles and measuring perineal pressure using manometric perineal biofeedback. The data were analyzed using IBM SPSS 18.0. The association between the degree of muscle strength and continence status was analyzed using the chi-square test. The perineal pressure mean values, based on the degree of muscle strength, were calculated by the Mann-Whitney test for independent samples. A p value ≤0.05 was considered statistically significant.

RESULTS:

The study included 50 women – 28 (56%) with urinary continence and 22 (44%) with stress urinary incontinence. No statistically significant association was observed between the degree of muscle strength and urinary continence status (p=0.96). No statistically significant difference was found in the comparison of the perineal pressure mean values of continent and incontinent women. A positive predictive value of 93% was obtained with manometric perineal biofeedback, but its accuracy was as low as 46% whereas that of the modified Oxford scale was 54%.

CONCLUSIONS:

Neither of the methods used to assess the functionality of the pelvic floor muscles – Oxford scale and manometric perineal biofeedback – when used separately, were conclusive regarding the diagnosis of stress urinary incontinence in climacteric women.

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