Valvulopatia mitral: aspectos clínicos e indicaçäo cirúrgica
Mitral valve disease: clinical considerations and surgical indication

Arq. bras. med; 59 (4), 1985
Publication year: 1985

A doença reumática continua sendo a principal causa de cardiopatia valvular, dentre várias outras condiçöes (endocardite infecciosa, cardiopatia isquêmica, prolapso mitral e cardiomiopatia). A cirurgia da estenose mitral está indicada quando a área valvular é menor que 1cm**2. A comissurotomia deve ser sempre considerada devido à troca valvular ser, na verdade, uma troca de patologia. Considerando-se a insuficiência mitral, a indicaçäo cirúrgica näo é täo fáci devido à progressäo lenta, e o seu tratamento cirúrgico é a prótese. É preciso sabermos em que fase a insuficiência mitral se encontra e isto é possível através da quantificaçäo da regurgitaçäo e análise da funçäo do ventrículo esquerdo. Podemos seguir a evoluçäo da insuficiência mitral com exames näo-invasivos, sobretudo os parâmetros ecocardiográficos. Quando o diâmetro diastólico final é superior a 75mm, o diâmetro sistólico final superior a 55 mm, a fraçäo de encurtamento inferior a 30% e a fraçäo de ejeçäo menor que 55% podemos suspeitar da existência de disfunçäo ventricular esquerda irreversível. E, entäo, o cateterismo cardíaco estará indicado. O volume telessistólico é o dado mais importante para a correta indicaçäo cirúrgica, de modo a näo ser esta nem precoce nem tardia. O índice-volume telessistólico relaciona-se intimamente com bons resultados. É superior à FE ou outros parâmetros. A insuficiência mitral progride sem qualquer sintoma e pode atingir, assim, a disfunçäo do VE, embora a FE possa estar normal. As vezes o comprometimento miocárdico pode ser causado pela agressäo direta da doença reumática

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