Miocardiopatia alcoólica: classificaçäo anatomofuncional pelo ecocardiograma
Alcoholic cardiomyopathy: anatomo-functional classification by echocardiograhy
Arq. bras. med; 59 (6), 1985
Publication year: 1985
Com o aumento do consumo de bebidas alcoólicas em todo o mundo, vem crescendo o número de pacientes portadores das mais variadas síndromes orgânicas causadas pelo etanol, entre elas, as cardiovasculares. Com o objetivo de diagnosticarmos o comprometimento miocárdico na fase provavelmente reversível, isto é, antes da fase dilatada congestiva, estudamos 57 alcoólatras internados, principalmente, nas enfermarias das disciplinas de gastroenterologia, de dermatologia e de neurologia do Hospital Universitário Antônio Pedro. Com o auxílio do ecocardiograma, classificamos o comprometimento do miocárdico pelo álcool, após afastarmos agentes etiológicos responsáveis por cardiopatias - hipertensäo arterial sistêmica, coraçäo pulmonar crônico, aterosclerose coronariana, cardiopatias congênitas, doença reumática, por miocardite, por outras miocardiopatias e por pericardiopatias. Baseados nos achados ecocardiográficos, é a seguinte a classificaçäo da miocardiopatia alcoólica que propomos: 1 - Hipertrofia de VE sem dilataçäo (15 casos), com dois subgrupos: IA - com funçäo de VE normal (quatro casos) e IB - com funçäo de VE deprimida (11 casos); II - hipertrofia de VE e dilataçäo de VE (15 casos) com dois subgrupos: IIA - com funçäo de VE normal (um caso) e IIB - com funçäo de VE deprimida (13 casos); III - sem hipertrofia de VE e com dilataçäo de VE (14 casos), com dois subgrupos: IIIA - com funçäo de VE normal (dois casos) e IIIB - com funçäo de VE deprimida (12 casos); IV - Sem dilataçäo e sem hipertrofia de VE, com funçäo de VE deprimida (nove casos). Neste grupo encontramos quatro com movimento paradoxal do septo intraventreicular. O ecocardiograma foi normal em apenas cinco casos