Saúde sexual e reprodutiva para a população adolescente, Rio de Janeiro, Brasil
Sexual and reproductive health among young people, Rio de Janeiro, Brazil

Ciênc. Saúde Colet. (Impr.); 22 (6), 2017
Publication year: 2017

Resumo Objetivamos analisar a distribuição geográfica, a estrutura de atendimento e os recursos humanos das unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) que prestam serviços em saúde sexual e reprodutiva (SSR) à população adolescente, na segunda maior cidade do Brasil. Realizamos estudo transversal com mapeamento geográfico e coleta de dados por meio de questionário aplicado aos coordenadores, em todas as 147 unidades ambulatoriais do Rio de Janeiro, dispostas ao atendimento em SSR. Verificamos que todas as Regiões Administrativas (RA) desse município dispõem de unidades de atendimento para adolescentes, entretanto, em mais de 90% delas, eles são atendidos juntamente com a população adulta, sem turnos ou salas específicas. Em mais de 10% dos serviços, a assistência só é dada na presença do responsável. Em casos de violência sexual a proporção mostrou-se ainda maior, chegando a atingir 34% dos casos. Em apenas 12,9% das unidades são realizadas atividades educativas direcionadas a adolescentes e constatou-se que menos de 1/3 dos médicos estava capacitado para lidar com a saúde do adolescente. Em conclusão, apesar da larga distribuição geográfica das unidades de saúde, a estrutura do atendimento e os recursos humanos não atendem a contento as especificidades do público adolescente.
Abstract We aimed to analyze the geographic distribution, the structure of healthcare services and the human resources of all units of the Sistema Único de Saúde (SUS - the Unified Health System) that provide sexual and reproductive health (SRH) services to the adolescent population in the second largest city in Brazil. We conducted a cross-sectional study with geographical mapping and data collection through a questionnaire applied in person with coordinators of the units or their representatives in 147 outpatient clinics in Rio de Janeiro that have SSR services. We found that in over 90% of the units, adolescents are treated together with the adult population, without particular shifts or rooms for this age group. In more than 10% of services, treatment is only provided with the presence of the guardian. In cases of sexual violence, this proportion is 34%. Specific educational activities for this age group are only carried out in 12.9% of units and less than one third of doctors had received some kind of training to deal with adolescent health. In conclusion, despite the wide geographic distribution of health facilities, the structure of care and the human resources do not meet the specific needs of adolescents.

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