A importância das prostaglandinas da série E no tratamento da patologia da mucosa gástrica vai além do seu efeito inibidor da secreçäo ácida. A capacidade de estimulaçäo dos mecanismos de defesa da mucosa (citoproteçäo) levou à utilizaçäo desta substância na prevençäo do dano tissular quando säo aplicados agentes lesivos. Estuda-se a capacidade da prostaglandina exógena, PGE1, (análogo sintético), misoprostol, de proteger a mucosa gástrica exposta ao etanol tanto no homem como em animais de experimentaçäo. Os ratos, em jejum, receberam 1 mililitro de placebo ou 1 mililitro de misoprostol soluçäo na dose de 50mcg/kg de peso do animal, mediante sonda gástrica, e 15 minutos após, 1 mililitro de etanol absoluto. Trinta minutos depois, foram removidos cirurgicamente os estômagos dos animais, examinados microscopicamente, estendidos, fixados e, posteriormente, foram estudados microscopicamente. O etanol absoluto, quando administrado 15 minutos após placebo, produz lesöes necróticas extensas, hiperemias e, freqüentemente, hemorragia. Microscopicamente, foram observadas importantes zonas de necrose da regiäo foveolar da mucosa e áreas extensas da regiäo glandular, apresentando edema, congestäo, hemorragia e, também necrose. A administraçäo prévia do misoprostol protegeu a mucosa gástrica do rato contra as importantes lesöes necro-hemorrágicas induzidas pelo etanol, mas näo contra o dano da mucosa superficial vista microscopicamente. A intensidade, entretanto, diminuiu tanto em extensäo como em profundidade