Tuberculose e velhice
Tuberculosis and old age

Arq. bras. med; 62 (2), 1988
Publication year: 1988

O aumento de duraçäo da vida humana, combinado ao desvio da tuberculose para idades mais avançadas, repercutiu substancialmente sobre a incidência e prevalência da doença na populaçäo de idosos.

O problema se apresenta sob dois aspectos:

o individual e o coletivo. Em relaçäo à epidemiologia, é entre os internados nos asilos de velhice que a questäo se apresenta de modo peculiar. Classicamente ficou estabelecido que a alergia tuberculosa tende a se apagar nos velhos e até a desaparecer, voltando entäo o organismo ao estado de analergia, tal como se observa nos indivíduos virgens de infecçäo. Quando em um velho, até entäo näo reator, aparece nova reatividade à tuberculina, pode-se supor que ocorreu uma reinfecçäo. Se, no entanto, aquela positividade decorreu do fenômeno booster, é certo que se trata de reinfecçäo endógena. O fenômeno booster é definido pela positividade provocada por uma segunda ou terceira inoculaçäo de tuberculina ou PPD em paciente negativo ao primeiro teste. É explicado pela existência da alergia infratuberculínica. Esta é a eventualidade mais freqüente entre os idosos de condiçäo social elevada e näo expostos a contágio de uma fonte bacilífera. Quando neles aparece um surto de tuberculose, deve-se contar com um desfalecimento do sistema imunológico. Tal relaçäo torna-se ainda mais evidente nos pacientes imunodeprimidos. Entretanto, se num paciente realmente analérgico, a reaçäo é positiva logo ao primeiro teste, pode-se supor que houve uma reinfecçäo exógena, por exposiçäo a um foco de contágio, quase sempre ignorado. Estas säo as premissas das quais decorrem as medidas especiais relativas à clínica, ao tratamento e profilaxia da tuberculose, tal como ela hoje se apresenta na velhice

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