A "miracle" cancer drug in the era of social media: A survey of Brazilian oncologists' opinions and experience with phosphoethanolamine
Uma "milagrosa" droga contra o câncer na era da mídia social: uma pesquisa sobre a opinião e a experiência dos oncologistas brasileiros com a fosfoetanolamina

Rev. Assoc. Med. Bras. (1992, Impr.); 63 (1), 2017
Publication year: 2017

Summary Introduction:

Patients who are treating cancer have often used alternative therapies. In the internet era, information can be broadcasted widely, and this happened with phosphoethanolamine in Brazil, where this substance was claimed by the population to be the "cure for cancer." Method: This is a cross-sectional study developed by the Brazilian Society of Clinical Oncology (SBOC). An objectively structured questionnaire was sent by e-mail and SMS to active MDs members of the SBOC. Descriptive statistics was used to evaluate the data. Statistical significance between the variables was tested by Pearson's Chi-squared test (p<0.05 was considered significance).

Results:

The survey was sent to 1,072 oncologists, and 398 (37.1%) answered at least part of it. One hundred and fifteen (28.9%) had followed patients who had used phosphoethanolamine. Among these, 14 (12.2%) observed adverse events and four (3.5%) attributed clinical benefit to the substance. Most of the oncologists (n=331; 83.2%) believe that it should only be used as part of a clinical trial protocol. Most physicians did not recommend this drug to their patients (n=311; 78.1%). Oncologists in Southeast, South and Midwest Brazil were more likely to have patients taking the drug compared to the Northern and Northeastern regions.

Conclusion:

This is the first survey to assess the opinion and experience of oncologists about this alternative therapy. Most oncologists in Brazil do not believe that synthetic phosphoethanolamine is active in cancer treatment, do not recommend its use without proper evaluation, and state that it should only be available to patients in the context of clinical trials.

Resumo Introdução:

Alguns pacientes com diagnóstico de câncer utilizam terapias alternativas. Na era da internet, as informações podem se dissipar de forma rápida e abrangente, como foi o caso da fosfoetanolamina no Brasil, onde foi aclamada pela população como sendo a "cura para o câncer".

Método:

Trata-se de um estudo transversal desenvolvido pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC). Através de e-mail e SMS, enviou-se um questionário com perguntas objetivas para oncologistas membros ativos da SBOC. Os dados foram avaliados por meio de estatística descritiva. A significância estatística entre as variáveis ​​foi testada pelo teste Qui-quadrado de Pearson (p<0,05 foi considerado significativo).

Resultados:

O questionário foi enviado para 1.072 oncologistas, tendo 398 (37,1%) respondido pelo menos parte dele. Cento e quinze (28,9%) tinham pacientes que fizeram uso da fosfoetanolamina. Desses, 14 (12,2%) observaram eventos adversos e quatro (3,5%) atribuíram benefício clínico para a substância. A maioria (n=331; 83,2%) acreditava que ela só deveria ser utilizada dentro de um ensaio clínico. A principal recomendação dada aos pacientes foi contra o seu uso (n=311; 78,1%). Oncologistas das regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste tiveram mais pacientes que tomaram a substância quando comparados com as regiões Norte e Nordeste.

Conclusão:

Este é o primeiro estudo que avalia a opinião dos oncologistas sobre essa terapia alternativa e sua experiência. A maioria dos oncologistas brasileiros não acredita que a fosfoetanolamina sintética seja ativa no tratamento do câncer, não recomendando seu uso sem avaliação adequada, e afirmam que a substância só deve estar disponível no contexto de ensaios clínicos.

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