Does fasting influence preload responsiveness in ASA 1 and 2 volunteers?
O jejum influencia a responsividade à pré-carga em voluntários ASA I e II?

Rev. bras. anestesiol; 67 (2), 2017
Publication year: 2017

Abstract Introduction:

Preoperative fasting was long regarded as an important cause of fluid depletion, leading to hemodynamic instability during surgery should replenishment is not promptly instituted. Lately, this traditional point of view has been progressively challenged, and a growing number of authors now propose a more restrictive approach to fluid management, although doubt remains as to the true hemodynamic influence of preoperative fasting.

Methods:

We designed an observational, analytic, prospective, longitudinal study in which 31 ASA 1 and ASA 2 volunteers underwent an echocardiographic examination both before and after a fasting period of at least 6 hours (h). Data from both static and dynamic preload indices were obtained on both periods, and subsequently compared.

Results:

Static preload indices exhibited a markedly variable behaviour with fasting. Dynamic indices, however, were far more consistent with one another, all pointing in the same direction, i.e., evidencing no statistically significant change with the fasting period. We also analysed the reliability of dynamic indices to respond to known, intentional preload changes. Aortic velocity time integral (VTI) variation with the passive leg raise manoeuvre was the only variable that proved to be sensitive enough to consistently signal the presence of preload variation.

Conclusion:

Fasting does not appear to cause a change in preload of conscious volunteers nor does it significantly alter their position in the Frank-Starling curve, even with longer fasting times than usually recommended. Transaortic VTI variation with the passive leg raise manoeuvre is the most robust dynamic index (of those studied) to evaluate preload responsiveness in spontaneously breathing patients.

Resumo Introdução:

O jejum no pré-operatório é há muito tempo considerado uma importante causa de depleção de líquidos, leva a instabilidade hemodinâmica durante a cirurgia, caso a reposição não seja prontamente instituída. Recentemente, esse ponto de vista tradicional tem sido progressivamente desafiado e um número crescente de autores agora propõe uma abordagem mais restritiva para o controle de líquidos, embora permaneçam dúvidas quanto à verdadeira influência hemodinâmica do jejum no pré-operatório.

Métodos:

Estudo observacional, analítico, prospectivo e longitudinal, no qual 31 voluntários ASA I e II foram submetidos a exame ecocardiográfico antes e após um período de jejum de no mínimo seis horas. Os dados dos índices de pré-carga tanto estáticos quanto dinâmicos foram obtidos em ambos os períodos e subsequentemente comparados.

Resultados:

Os índices estáticos de pré-carga mostraram um comportamento acentuadamente variável com o jejum. Os índices dinâmicos, entretanto, foram bem mais consistentes entre si, todos apontam na mesma direção; isto é, não evidenciam alteração estatisticamente significativa com o período de jejum. Analisamos também a confiabilidade dos índices dinâmicos para responder a alterações pré-carga intencionais conhecidas. A variação da integral de velocidade-temo (VTI) aórtica com a manobra de elevação passiva dos membros inferiores foi a única variável que mostrou sensibilidade suficiente para sinalizar de forma consistente a presença de variação na pré-carga.

Conclusão:

O jejum não pareceu causar uma alteração na pré-carga de voluntários conscientes nem alterou substancialmente a sua posição na curva de Frank-Starling, mesmo com tempos de jejum mais prolongados do que o normalmente recomendado. A variação do VTI transaórtico com a manobra de elevação passiva dos membros inferiores foi o índice dinâmico mais consistente (dos estudados) para avaliar a capacidade de resposta a variações da pré-carga em pacientes que respiram espontaneamente.

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