Uso clínico do imipenem em pacientes críticos
Clinical use of imipenem in critical patients
Arq. bras. med; 63 (6), 1989
Publication year: 1989
Relata-se a experiência com o uso de imipenem/cilastatina no tratamento de 23 pacientes críticos, internados de janeiro de 1987 a julho de 1988. Quinze (65%) eram do sexo masculino e oito do sexo feminino, com idades variando entre seis meses e 83 anos; os pacientes foram divididos retrospectivamente em dois grupos: imunodeprimidos (10 casos) e näo imunodeprimidos (13). Foi feito o seguimento diário de todos os pacientes e, noc aso de óbito, foi realizada necrópsia. Os agentes etiológicos mais freqüentes foram os bacilos Gram-negativos, mas cocos Gram-positivos foram identificados em quatro casos. Houve predomínio das infecçöes pulmonares (11 casos), acompanhados ou näo de septicemia. Dez pacientes (43% estavam curados no final do tratamento e doze morreram, embora somente três (13%) no decorrência do processo infeccioso. A terapia foi interrompida em um caso, que desenvolveu extenso exantema purpúrico. A vancomicina foi usada associadamente em 11 pacientes, nos quais suspeitou-se de infecçäo por estafilococo multirresistente. No total, a infecçäo foi controlada após o uso de imipenem/cilastina em 18/23 casos (78%). Ressalta-se a importância desta nova droga no tratamento de infecçöes graves, recomendando-se resguardá-la para o uso em protocolos de tratamento de granulocitopênicos com febre, infecçöes em transplantados, infecçöes por agentes só sensiveis ao imipenen, ou na terapia de casos graves, sem agente definido ou com resposta insatisfatória a outros esquemas antimicrobianos