Rev. bras. epidemiol; 20 (1), 2017
Publication year: 2017
RESUMO:
Introdução: Doenças próprias da velhice têm apresentado crescente prevalência na sociedade. Dentre elas, destaca-se o acidente vascular encefálico, que pode ser conceituado como a interrupção do suprimento sanguíneo cerebral, devido a um extravasamento ou obstrução do vaso sanguíneo provocado por coágulos. Objetivo:
Verificar as associações entre os fatores sociodemográficos e a capacidade funcional de idosos acometidos por acidente vascular encefálico. Métodos:
Estudo epidemiológico, transversal e quantitativo, com amostra de 118 idosos com plegias por acidente vascular encefálico, cadastrados em uma das unidades da Estratégia de Saúde da Família de Campina Grande, Paraíba, Brasil. Os dados foram coletados por meio de entrevistas domiciliares. Foram utilizados dois questionários, um para avaliação das variáveis sociodemográficas e, um segundo, denominado Índice de Barthel, destinado à avaliação da capacidade funcional dos sujeitos com relação às atividades de vida diária. A análise foi realizada utilizando-se o programa estatístico SPSS. Resultados:
Houve predomínio de sujeitos do sexo feminino, viúvos, analfabetos funcionais e com renda familiar de até um salário-mínimo. A média de idade foi de 65 anos (± 9,63). A consistência interna do Índice de Barthel foi satisfatória, com valores do coeficiente alfa de Cronbach na ordem de 0,897 a 0,918. A correlação total de itens corrigidos foi superior a 0,4 e o alfa de Cronbach com item deletado também foi superior a 0,8. As atividades nas quais se verificou maior dificuldade de realização foram micção e evacuação. Verificou-se associação entre a capacidade funcional e a raça, a faixa etária e a escolaridade. Conclusão:
Constatou-se que os fatores sociodemográficos podem interferir na capacidade funcional de idosos acometidos por acidente vascular encefálico. Nesse sentido, acredita-se que este trabalho possa ter contribuído para a reflexão sobre essa problemática, auxiliando, dessa forma, na promoção do acesso de tais pessoas aos programas assistenciais de saúde.
ABSTRACT:
Introduction: Diseases of old age have shown increasing prevalence in society. One of them is stroke, which can be conceptualized as the interruption of cerebral blood supply due to a leakage or blood vessel obstruction caused by clots. Objective:
To verify the associations between sociodemographic factors and the functional capacity of elderly affected by stroke. Methods:
This is an epidemiological, cross-sectional, and quantitative study, including 118 elderly people with paralyses due to stroke, who were registered in one of the Family Health Strategies units of Campina Grande, Paraíba, Brazil. Data were collected by means of home interviews. Two questionnaires were used, in which one was directed for assessment of sociodemographic variables and the second was called Barthel index for assessing the functional capacity of the subjects regarding the activities of daily life. The analysis was conducted using the statistical program SPSS. Results:
There was a predominance of the female gender, widowed, without schooling, and with household income of up to one Brazilian minimum wage. The average age was 65 years (± 9.63). The Barthel index internal consistency was satisfactory, presenting values of Cronbach’s alpha coefficient in the range of 0.897-0.918. Total correlation of corrected items was greater than 0.4, and Cronbach’s alpha with a deleted item was also greater than 0.8. The activities with higher level of achievement difficulty were urination and evacuation. Association between functional capacity with race, age range, and schooling was found. Conclusion:
It was seen that demographic factors might interfere with the functional capacity of elderly affected by stroke. Hence, it is believed that this investigation might have contributed to the reflection on this issue, thus supporting the promotion of these people’s access to health assistance programs.