Rev. bras. ter. intensiva; 28 (4), 2016
Publication year: 2016
RESUMO Objetivo:
Determinar o efeito do fornecimento de comentários e educação, com relação ao uso do peso corpóreo previsto para ajuste do volume corrente em uma estratégia de ventilação de proteção pulmonar. Métodos:
O estudo foi realizado entre outubro de 2014 e novembro de 2015 (12 meses) em uma única unidade de terapia intensiva polivalente universitária. Desenvolvemos uma intervenção combinada (educação e comentários), dando particular atenção à importância do ajuste dos volumes correntes para o peso corpóreo previsto ao pé do leito. Paralelamente, o peso corpóreo previsto foi estimado com base na estatura calculada a partir da altura dos joelhos e incluído nas fichas clínicas. Resultados:
Foram incluídos 151 pacientes. O peso corpóreo previsto avaliado pela altura dos joelhos, em vez de avaliação visual, revelou que o volume corrente fornecido era significantemente mais elevado do que o previsto. Após a inclusão do peso corpóreo previsto, observamos redução sustentada do volume corrente fornecido, de uma média (erro padrão) de 8,97 ± 0,32 para 7,49 ± 0,19mL/kg (p < 0,002). Mais ainda, a adesão ao protocolo foi subsequentemente mantida durante os 12 meses seguintes (volume corrente fornecido de 7,49 ± 0,54 em comparação a 7,62 ± 0,20mL/kg; p = 0,103). Conclusão:
A falta de um método confiável para estimar o peso corpóreo previsto é um problema importante para a aplicação de um padrão mundial de cuidados durante a ventilação mecânica. Uma intervenção combinada, que se baseou em educação e fornecimento continuado de comentários, promoveu uma redução sustentada do volume corrente durante o período do estudo (12 meses).
ABSTRACT Objective:
To determine the effect of feedback and education regarding the use of predicted body weight to adjust tidal volume in a lung-protective mechanical ventilation strategy. Methods:
The study was performed from October 2014 to November 2015 (12 months) in a single university polyvalent intensive care unit. We developed a combined intervention (education and feedback), placing particular attention on the importance of adjusting tidal volumes to predicted body weight bedside. In parallel, predicted body weight was estimated from knee height and included in clinical charts. Results:
One hundred fifty-nine patients were included. Predicted body weight assessed by knee height instead of visual evaluation revealed that the delivered tidal volume was significantly higher than predicted. After the inclusion of predicted body weight, we observed a sustained reduction in delivered tidal volume from a mean (standard error) of 8.97 ± 0.32 to 7.49 ± 0.19mL/kg (p < 0.002). Furthermore, the protocol adherence was subsequently sustained for 12 months (delivered tidal volume 7.49 ± 0.54 versus 7.62 ± 0.20mL/kg; p = 0.103). Conclusion:
The lack of a reliable method to estimate the predicted body weight is a significant impairment for the application of a worldwide standard of care during mechanical ventilation. A combined intervention based on education and repeated feedbacks promoted sustained tidal volume education during the study period (12 months).