Rev. paul. pediatr; 35 (1), 2017
Publication year: 2017
RESUMO Objetivo:
Buscar sistematicamente evidências fundamentadas e de qualidade sobre o processamento sensorial em crianças nascidas pré-termo no período da infância. Fontes de dados:
A busca da literatura disponível sobre o tema foi realizada nas bases de dados eletrônicas Sistema Online de Busca e Análise de Literatura Médica (Medline)/PubMed, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs)/Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Índice Bibliográfico Español de Ciencias de la Salud (IBECS)/BVS, Scopus e Web of Science. Foram incluídos estudos indexados, originais, quantitativos e disponíveis na íntegra em meio digital, publicados em português, inglês ou espanhol, entre 2005 e 2015, envolvendo crianças entre zero e 9 anos de idade. Síntese dos dados:
A busca identificou 581 artigos, e oito foram incluídos conforme critérios de elegibilidade. Destes, seis estudos (75%) encontraram alta frequência de processamento sensorial alterado em crianças pré-termo. A associação entre processamento sensorial e desfechos de desenvolvimento foi observada em três estudos (37,5%). Verificou-se associação entre processamento sensorial e características neonatais em cinco estudos (62,5%). Os resultados de processamento sensorial frequentemente se associam a idade gestacional, sexo masculino e lesões da substância branca. Conclusões:
Análise da literatura atual sugere que prematuridade tem impacto negativo no processamento sensorial. Idade gestacional, sexo masculino e lesões de substância branca aparecem como fatores de risco para alterações de processamento sensorial em crianças nascidas pré-termo. O prejuízo na capacidade de receber informações sensoriais, de integrar e de adaptar-se a elas parece interferir negativamente no desenvolvimento motor, cognitivo e de linguagem dessas crianças. Destaca-se a viabilidade da identificação das alterações de processamento sensorial nos primeiros anos de vida, favorecendo o encaminhamento precoce para intervenções clínicas.
ABSTRACT Objective:
To conduct a systematic search for grounded and quality evidence of sensory processing in preterm infants during childhood. Data source:
The search of the available literature on the theme was held in the following electronic databases: Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (Medline)/PubMed, Latin American and Caribbean Literature in Health Sciences (Lilacs)/Virtual Library in Health (BVS), Índice Bibliográfico Español de Ciencias de la Salud (IBECS)/BVS, Scopus, and Web of Science. We included only original indexed studies with a quantitative approach, which were available in full text on digital media, published in Portuguese, English, or Spanish between 2005 and 2015, involving children aged 0-9years. Data synthesis:
581 articles were identified and eight were included. Six studies (75%) found high frequency of dysfunction in sensory processing in preterm infants. The association of sensory processing with developmental outcomes was observed in three studies (37.5%). The association of sensory processing with neonatal characteristics was observed in five studies (62.5%), and the sensory processing results are often associated with gestational age, male gender, and white matter lesions. Conclusions:
The current literature suggests that preterm birth affects the sensory processing, negatively. Gestational age, male gender, and white matter lesions appear as risk factors for sensoryprocessing disorders in preterm infants. The impairment in the ability to receivesensory inputs, to integrateand to adapt to them seems to have a negative effect on motor, cognitive, and language development of these children. We highlight the feasibility of identifying sensory processing disorders early in life, favoring early clinical interventions.