Sci. med. (Porto Alegre, Online); 26 (3), 2016
Publication year: 2016
OBJETIVOS:
Descrever a frequência de adesão à dieta e analisar sua associação com depressão em idosos com síndrome metabólica assistidos na atenção básica de saúde.
MÉTODOS:
Estudo transversal que incluiu idosos com síndrome metabólica diagnosticada pelos critérios do National Cholesterol Education Program Adult Treatment Panel III, participantes do Estudo Epidemiológico e Clínico dos Idosos Atendidos pela Estratégia de Saúde da Família do Município de Porto Alegre (EMI-SUS). A avaliação da adesão à dieta foi realizada através de um questionário, elaborado pelos pesquisadores com base nas recomendações da I Diretriz Brasileira de Síndrome Metabólica, sobre a adesão a oito possíveis orientações dietéticas recebidas de profissionais da saúde (em relação à ingestão de “alimentos integrais”, “doces”, “açúcar”, “frutas/verduras/legumes”, “sal”, “alimentos gordurosos/frituras”, “alimentos processados” e “peixes”). Considerou-se aderente à dieta o indivíduo que seguiu todas as orientações dietéticas recebidas, independentemente de quantas foram (entre uma e oito possíveis orientações). O diagnóstico de depressão
foi baseado no instrumento Mini International Neuropsychiatric Interview, aplicado por psiquiatras.
RESULTADOS:
Foram incluídos 109 idosos, sendo que a maioria era do sexo feminino (67,9%). A média da idade foi 68,4±6,6 anos (61-90 anos). Trinta e sete idosos (33,9%) foram considerados aderentes à dieta. A orientação dietética com maior adesão foi a de diminuir a ingestão de sal (89,1%) e a com menor adesão foi a de consumir alimentos integrais (59,7%). Não se observou associação da adesão à dieta com variáveis sociodemográficas, clínicas e componentes da síndrome metabólica. A frequência de adesão à orientação de evitar o consumo de açúcar e de doces foi significativamente menor entre os indivíduos com depressão (43,9% vs 34,9%; p=0,001).
CONCLUSÕES:
A adesão à dieta foi observada em um terço dos idosos com síndrome metabólica atendidos na atenção básica de saúde. Nos indivíduos com diagnóstico de depressão, a adesão às orientações de evitar o consumo de doces e de açúcar foi menor.
AIMS:
To describe diet adherence and to analyze its association with depression in elderly patients with metabolic syndrome treated by the Family Health Strategy.
METHODS:
Cross-sectional study including elderly patients with metabolic syndrome diagnosed according to the National Cholesterol Education Program Adult Treatment Panel III criteria who participated in the Epidemiological and Clinical Study of Elderly Individuals Treated by the Family Health Strategy in Porto Alegre, Brazil. A questionnaire developed by the researchers based on the recommendations of the I Brazilian Guideline for Metabolic Syndrome was used to evaluate compliance with eight possible dietary guidelines provided by health professionals (intake of “whole foods”, “sweets”, “sugar”, “fruits/vegetables/legumes”, “salt”, “fatty foods/fried foods”, “processed foods” and “fish”). Diet adherence was considered when an individual followed all dietary guidelines (regardless of their number, which ranged from one to eight). The diagnosis of depression was based on the Mini International Neuropsychiatric Interview instrument, used by psychiatrists.
RESULTS:
A total of 109 elderly patients were included in the study, most of whom were female (67.9%). The mean age was 68.4±6.6 years (61-90 years). Thirty-seven elderly patients (33.9%) were considered adherent to the diet. Lower salt intake was the dietary guidance with greater adherence (89.1%) while the consumption of whole foods exhibited less adherence (59.7%). There was no association of diet adherence with sociodemographic and clinical parameters and with metabolic syndrome components. The frequency of adherence to the recommendation against the consumption of sugar and sweets was significantly lower among individuals with depression (43.9% vs 34.9%; p = 0.001).
CONCLUSIONS:
Diet adherence occurred in one third of elderly patients with metabolic syndrome treated at the primary health care level. There was lower adherence to the recommendation against the consumption of sweets and sugar in individuals diagnosed with depression.