É preocupaçäo do artigo descrever alguns dos principais marcos da evoluçäo dos conhecimentos em torno de infecçöes hospitalares desde os antigos egípcios e babilônios até a época bacteriológica e a subseqüente introduçäo dos antibióticos. Basicamente, a revisäo histórica se destina à necessidade de distinguir duas modalidades de infecçöes: as comunitárias, mais graves pelas suas características de epidemicidade, virulência e alta transmissibilidade, e as hospitalares, endêmicas, causadas por germes de baixa virulência, sujeitas a outros mecanismos de transmissäo e, nem sempre, relacionados aos padröes de higiene. Estas últimas, as nosomiais, säo consideradas como resultantes da incapacidade de o hospedeiro conviver harmonicamente com a microbiota que coloniza a pele e as mucosas que revestem o organismo. Trata-se, portanto, de infecçöes que tendem a se tornar mais freqüentes na medida em que aumente a prevalência de pacientes susceptíveis na clientela e houver recursos tecnológicos para manter vivos pacientes até entäo condenados à morte