Comparação de valores de pressão arterial invasiva média do paciente crítico em diferentes decúbitos
Comparison of mean invasive arterial pressure values in a critical patient in different positions

Rev. Soc. Cardiol. Estado de Säo Paulo; 27 (1 (Supl)), 2017
Publication year: 2017

Introdução:

A interpretação acurada dos valores de pressão arterial invasiva (PAI) na unidade de terapia intensiva (UTI) auxilia o diagnóstico, orienta intervenções, prevê e previne complicações no paciente crítico. Algumas variáveis são determinantes para obter valores fidedignos da PAI, como o nivelamento do sistema transdutor de pressão, que pode ser modificado pela promoção da lateralização terapêutica pela equipe de enfermagem. Assim, o objetivo deste estudo foi comparar os valores da PAI em pacientes internados na UTI nos decúbitos dorsal e lateral direito e esquerdo.

Método:

Estudo descritivo transversal realizado na UTI Adulto de um hospital privado de grande porte da cidade de São Paulo, com 40 pacientes com cateter na artéria radial, de junho a agosto de 2015. Os valores da PAI média de cada paciente foram verificados nos decúbitos dorsal, lateral direito e lateral esquerdo, em intervalos de três minutos entre as medidas, mantendo-se o transdutor de pressão no nível do eixo flebostático correspondente. A diferença entre os valores de PAI foi verificada por Análise de Variância, com p < 0,05 considerado significativo.

Resultado:

A amostra foi composta por 57,5% dos indivíduos do sexo masculino, com faixa etária predominante entre 50 a 59 anos, internados principalmente por transplantes e sepse. Os valores de PAI média nos decúbitos dorsal, lateral direito e lateral esquerdo foram, respectivamente, 80,5 ± 14,7 mmHg, 79,8 ± 15,5 mmHg e 79,7 ± 15,4 mmHg (p = 0,456).

Conclusão:

Não houve diferença significativa entre as medidas de PAI obtidas em diferentes decúbitos entre pacientes internados em UTI com cateter em artéria radial. Assim, ao mudar o decúbito desses pacientes, é necessário que a equipe de enfermagem esteja atenta ao nivelamento do transdutor com o eixo flebostático, de modo a obter medidas fidedignas. Estudos adicionais são necessários, incluindo amostras maiores de pacientes com diferentes perfis de estabilidade hemodinâmica, com cateteres inseridos em demais artérias em lado padronizado

Introduction:

Accurate interpretation of invasive blood pressure (IBP) in the intensive care unit (ICU) assists diagnosis, guides interventions, and anticipates and prevents complications in critical patients. Some variables are determinants for obtaining reliable IBP values, such as leveling of the pressure transducer system, which can be modified by therapeutic lateralization performed by the nursing team. Thus, the objective of this study was to compare the IBP values of patients admitted to the ICU in the supine, right and left lateral positions.

Method:

A cross-sectional, descriptive study performed with 40 patients with radial artery catheter, at the Adult ICU of a large private hospital in the city of São Paulo, Brazil, from June to August 2015. The mean IBP values were evaluated in the supine, right lateral and left lateral positions, with three-minute intervals between measurements, keeping the pressure transducer leveled at the corresponding phlebostatic axis. The difference between IBP values was analyzed by Analysis of Variance, with p<0.05 considered significant.

Results:

The sample consisted of 57.5% males, with a predominant age group of between 50 and 59 years, mainly hospitalized due to transplants and sepsis. The mean IBP values in the supine, right lateral and left lateral positions were 80.5±14.7 mmHg, 79.8±15.5 mmHg and 79.7±15.4 mmHg, respectively (p=0.456).

Conclusion:

There was no significant difference between the IBP measurements obtained in different positions among patients admitted to the ICU with a radial artery catheter. Therefore, when changing the patients’ position, the nursing team must be attentive to the leveling of the transducer at the phlebostatic axis, in order to obtain reliable measurements. Further studies are required, including larger samples of patients with different hemodynamic stability profiles, with catheters inserted into other arteries on a standardized side

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