Voluntariado: benefício a quem presta e a quem recebe
Volunteerism: benefits for both providers and recipients

Sci. med. (Porto Alegre, Online); 26 (4), 2016
Publication year: 2016

OBJETIVOS:

É importante que durante o curso de medicina não seja negligenciada a atenção aos aspectos humanos e sociais da profissão. O presente artigo aborda o voluntariado direcionado aos aspectos sociais, com enfoque nas ações desenvolvidas por estudantes de medicina, nos quais se almeja despertar atitudes de generosidade e beneficência.

MÉTODOS:

O artigo consiste em revisão da literatura, relato de experiência e reflexões sobre as atividades de voluntariado, abordando os efeitos que esse tipo de atividade pode trazer para os envolvidos.

RESULTADOS:

Voluntariado caracteriza-se pelo ato de doar tempo e conhecimento em prol da sociedade em que se vive, com ações não remuneradas, de valor para a comunidade ou o próximo. Para a Organização das Nações Unidas, voluntário é alguém que, por interesse pessoal ou espírito cívico, dedica parte do tempo a atividades que visam o bem-estar social ou utilidade pública, sem remuneração. A atividade de voluntariado representa um ato de generosidade, de beneficência para com os outros, principalmente os mais necessitados. É desejável que estudantes se tornem mais abertos para as diferenças e generosos nas relações humanas em suas futuras atividades profissionais. Além disso, pesquisas mostram que os atos de altruísmo, bondade e generosidade ativam áreas do cérebro responsáveis pela liberação de endorfina nas pessoas que os praticam, aumentando a percepção de felicidade e diminuindo o nível de estresse e ansiedade, além de trazer outros efeitos fisiológicos, como diminuição dos níveis tensionais e melhora da função imunológica. Apesar desses benefícios, cabe a reflexão sobre o quanto estamos dispostos a considerar o voluntariado como uma atividade oficialmente curricular nas escolas de medicina.

CONCLUSÕES:

Atividades de voluntariado durante o curso de medicina podem proporcionar ao estudante o contato direto com comunidades e pessoas, especialmente aquelas em condições de vulnerabilidade social, promovendo um maior envolvimento humano e trazendo benefícios mútuos, a quem presta e a quem recebe. Poder ajudar e permitir que sejamos ajudados pode abrir espaços, criar redes de colaboração e solidariedade, condições ou virtudes necessárias ao bom desempenho da medicina.

AIMS:

It is paramount that attention to human and social aspects of the medical profession not be overlooked in medical schools. The present article deals with volunteerism and its social aspects, focusing on the actions developed by medical students, with the aim of arousing their generosity and beneficence.

METHODS:

This article consists of a literature review, report on practical experience, and reflections about volunteer activities, looking into its effects on the participants.

RESULTS:

Volunteerism is characterized by giving one’s time and knowledge in the interest of the society in which one lives, on an unpaid basis, attaching importance to the community or to the others. According to the United Nations Organization, a volunteer is someone who, out of personal interest or citizenship, devotes some time to activities aimed at social welfare or public services, without any remuneration. Volunteerism allows exercising generosity and beneficence towards others, especially towards the neediest. It is desirable that students become more open to differences and be generous in their future professional activities. Furthermore, research has shown that selflessness, kindheartedness, and generosity activate areas of the brain that release endorphins, thus increasing the sensation of happiness and reducing stress and anxiety, in addition to other physiological effects, such as reduction of tension and improvement of immunological function. Notwithstanding these benefits, it is necessary to give some thought to how willing one is to regard volunteerism as an officially curricular activity in medical schools.

CONCLUSIONS:

Volunteer activities in medical schools can offer students direct contact with communities and people, especially with socially vulnerable individuals, promoting greater human involvement and bringing benefits for both providers and recipients of volunteer work. Being able to help and allowing being helped can open up opportunities and build collaboration and solidarity networks, which are conditions or virtues necessary for the good practice of medicine.

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