Escore de cálcio coronariano: onde e quando faz a diferença na prática clínica
Coronary calcium score: where and when does it make a difference in clinical practice

Rev. Soc. Cardiol. Estado de Säo Paulo; 27 (2), 2017
Publication year: 2017

O escore de cálcio coronariano (CAC) é obtido por meio de tomografia de tórax sem contraste, acoplada a eletrocardiograma com baixa dose de radiação e baixo custo. Atualmente, acessível na grande maioria de tomógrafos de múltiplos detectores, o exame tem como objetivo a identificação da carga de aterosclerose associada à presença de cálcio na topografia das artérias coronárias. Seu valor diagnóstico e prognóstico para doença arterial coronária subclínica foi demonstrado em diversos estudos pregressos envolvendo dezenas de milhares de pacientes com seguimento prolongado, de até 15 anos. O escore de cálcio mostrou-se superior aos escores clínicos tradicionais na predição de eventos cardiovasculares em indivíduos assintomáticos, sobretudo naqueles com risco intermediário pré-teste, em que pode haver dúvida sobre a melhor abordagem de tratamento. O achado de um escore de cálcio zero está associado a um risco cardiovascular significativamente baixo, enquanto um escore elevado re-estratifica o indivíduo para uma classe de risco superior. Grande parte das diretrizes clínicas indica o exame exatamente neste paciente ou nos indivíduos com risco inicial mais baixo, mas com antecedente familiar fortemente positivo. Embora não haja trabalhos randomizados com desfechos clínicos primários guiados pelo CAC, ao menos três estudos prospectivos demonstraram benefícios com seu uso, além dos inúmeros trabalhos observacionais e estudos de coorte que demonstraram excelente valor prognóstico. Recentemente, recomendações de como guiar a terapia de prevenção primária de acordo com o resultado do escore de cálcio foram publicadas com base em opiniões de especialistas, e uma proposta de estudo randomizado vem sendo discutida de forma intensa. Finalmente, o escore de cálcio também passou a ser visto como possível indicação para complementar outros exames, como tomografia de tórax, avaliação pulmonar ou em associação com exames funcionais, além de aumento de adesão à terapia
The coronary artery calcium score (CAC) is obtained through a computed tomography (CT) of the chest without the need for contrast, coupled with low radiation dose electrocardiogram and low cost. The exam is currently available in most multidetector tomographs, and its objective is to identify coronary atherosclerotic burden associated with the presence of calcium in the topography of the coronary arteries. Its diagnostic and prognostic value for subclinical coronary arterial disease has been demonstrated in many studies involving tens of thousands of patients, with long follow-up times of more than 15 years. The calcium score has been shown to be superior to most traditional clinical scores for predicting cardiovascular events in asymptomatic individuals, particularly those with moderate pre-test risk, where there might be more uncertainty in selecting the best treatment approach. A finding of a calcium score of zero is associated with a very low cardiovascular risk, while a high score re-stratifies an individual to a higher risk class. Most of the clinical guidelines recommend the exam in these patients, or in individuals with an initial low risk category but a strong positive familiar history for cardiovascular disease. Although there are currently no randomized controlled trials with outcomes guided by the use of CAC, at least three prospective studies have demonstrated the benefits of its use, and numerous observational works and cohort studies have demonstrated its excellent prognostic value. Recently, recommendations on how to guide primary preventive therapy based on the results of the calcium score have been published based on specialist opinions, and a randomized controlled trial is now in advanced discussions. Finally, the calcium score is now seen as a possible indication to complement other exams, such as chest CT, pulmonary evaluation, or in association with other functional stress exams, and adhesion to therapy has increased

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