Sci. med. (Porto Alegre, Online); 27 (1), 2017
Publication year: 2017
AIMS:
To evaluate knowledge about toxoplasmosis among pregnant women and healthcare professionals and to evaluate the knowledge acquired by pregnant women after health education actions.
METHODSethods:
Five hundred pregnant women and 141 healthcare professionals from health units in Niterói, state of Rio de Janeiro, answered a questionnaire, received information about toxoplasmosis and had access to an interactive educational model and to folders between 2013 and 2016. After 3 months, 145 pregnant women answered the questionnaire once again.
RESULTS:
Of 500 pregnant women, 226 (45.2%) reported having heard about toxoplasmosis. Among these, 23.5% had obtained information from friends and 19.0% from their doctors. About their exposure to risk factors, 6.8% had had contact with cat feces; 14.0% had had contact with soil without gloves; 23.4% had ingested undercooked meat; and 24.0% had drunk unfiltered water from the public supply system. The questionnaires of 145 pregnant women before and after the educational activities were compared and showed that contact with soil without gloves dropped significantly from 11.0% to 4.8% (p = 0.022) while consumption of unfiltered water fell from 26.9% to 20.0% (p < 0.001). Washing foods (62.1%), washing hands (62.1%) and consumption of well-cooked meat (61.4%) were the most widely cited preventive measures. Many mistakes were reported among healthcare professionals, and one nursing technician and 13 community healthcare agents (9.9%) had not heard about toxoplasmosis.
CONCLUSIONS:
Lack of knowledge about toxoplasmosis by most of the interviewed pregnant women, in addition to the misconceptions observed among healthcare professionals, leads to the conclusion that little importance has been given so far to primary prevention of toxoplasmosis during the prenatal period. Also, health professionals’ inadequate knowledge could be detrimental to secondary prevention, which consists of early detection and treatment of toxoplasmosis during pregnancy. In this study, educational intervention contributed to improving knowledge about the transmission and prevention of toxoplasmosis by pregnant women and, to a lesser extent, to reducing exposure to some risk factors.
OBJETIVOS:
Avaliar o conhecimento da toxoplasmose entre gestantes e profissionais de saúde e avaliar o conhecimento adquirido pelas gestantes após ações de educação em saúde.
MÉTODOS:
Quinhentas gestantes e 141 profissionais de saúde provenientes de Unidades de Saúde de Niterói-RJ de 2013 a 2016, foram entrevistados por meio de um questionário, receberam informações sobre a toxoplasmose, tiveram acesso a um modelo educativo interativo e folders. Após três meses, 145 gestantes responderam novamente ao questionário.
RESULTADOS:
Das 500 gestantes, 226 (45,2%) relataram que já tinham ouvido falar sobre toxoplasmose. Destas, 23,5% tiveram informações por amigos e 19,0% pelo médico. Sobre exposição aos fatores de risco, 6,8% relataram contato com fezes de gatos; 14,0% tiveram contato com o solo sem luvas; 23,4% ingeriam carne mal passada; e 24,0% bebiam água de abastecimento público sem filtrar. Ao comparar os questionários de 145 gestantes antes e após atividades educativas, o contato com o solo sem uso de luvas teve redução significativa de 11,0% para 4,8% (p=0,022) e o consumo de água sem filtro reduziu de 26,9% para 20,0% (p=0,001). Foram mais citados como medidas preventivas a lavagem dos alimentos (62,1%), a lavagem das mãos (62,1%) e o consumo de carne bem cozida (61,4%). Dentre os profissionais de saúde, muitos erros foram relatados e um técnico de enfermagem e 13 agentes comunitários de saúde (9,9%) não conheciam a toxoplasmose.
CONCLUSÕES:
A falta de conhecimento sobre a toxoplasmose pela maioria das gestantes entrevistadas, além de concepções equivocadas por parte dos profissionais de saúde, levam à conclusão de que vem sendo dada pouca importância para a prevenção primária da toxoplasmose durante o período pré-natal. Adicionalmente, algumas falhas no conhecimento dos profissionais podem prejudicar até mesmo a prevenção secundária, que consiste na detecção e tratamento precoce da toxoplasmose na gestação. Neste estudo, a intervenção educacional contribuiu para aumentar o conhecimento sobre a transmissão e a prevenção da toxoplasmose entre as gestantes e, em menor extensão, para reduzir a exposição a alguns fatores de risco.