Rev. AMRIGS; 56 (3), 2012
Publication year: 2012
Introdução:
As doações de órgãos no Brasil crescem a cada ano. Valores que foram de 5,4 por milhão de habitantes (pmp) em
2007, hoje se encontram dobrados. Em 2011, no 1º semestre, Santa Catarina superou todos os índices nacionais, com o valor
de 25,4 pmp. O Hospital Santa Isabel (HSI) contribui com uma grande porcentagem das doações. O estudo buscou identificar
a prevalência da doação de órgãos e tecidos e o perfil dos doadores no HSI. Métodos:
Estudo transversal, observacional e
quantitativo. A coleta de dados foi baseada na revisão de prontuários de pacientes com diagnóstico de morte encefálica (ME)
da unidade de terapia intensiva do HSI, no período de janeiro de 2008 a dezembro de 2010. Resultados:
No período de estudo
foram notificadas 102 ME, 51 pacientes eram do sexo masculino. Cinquenta e nove pacientes (57,84%) eram doadores efetivos.
A prevalência de doações foi maior no sexo feminino (54,2%). A causa de óbito mais prevalente foi o acidente vascular
cerebral (AVC) (n=55), seguida por traumatismo crânio-encefálico (n=40). O AVC teve a maior taxa de doações por óbito
(50,8%). Os órgãos mais doados foram rins, fígado e córneas. A não autorização familiar foi o principal motivo para a não
doação (n=37; 86,05%), seguida de contraindicação (n=4; 9,30%) e parada cardiorrespiratória (n=2; 4,65%). Conclusões:
Houve predomínio de doadores do sexo feminino (54,2%), entre 41-60 anos (50%), com óbito por AVC (50,8%), tendo a não
autorização familiar como principal motivo de não doação (AU)
Introduction:
Organ donations in Brazil grow every year. Values that were 5.4 per million population (pmp) in 2007 have doubled today. In the first
half of 2011, Santa Catarina surpassed all national indices with the value of 25.4 pmp. The Hospital Santa Isabel (HSI) contributes a large percentage
of donations. This study sought to identify the prevalence of organ and tissue donations and donor profiles in the HSI. Methods:
A cross-sectional,
observational, and quantitative study. Data collection was based on chart reviews of patients diagnosed with brain death (BD) of the intensive care unit of
the HSI from Jan 2008 to Dec 2010. Results:
During the study period 102 BD were reported, 51 of whom males. Fifty-nine patients (57.84%) were
effective donors. The prevalence of donations was higher among females (54.2%). The most prevalent cause of death was cerebrovascular accident (CVA)
(n = 55), followed by traumatic brain injury (n = 40). CVA had the highest rate of donations per death (50.8%). The most frequently donated organs
were kidneys, liver and corneas. Family denial was the main reason for non-donation (n = 37, 86.05%), followed by contraindication (n = 4, 9.30%) and
cardiac arrest (n = 2, 4.65%). Conclusions:
There was a predominance of female donors (54.2%), between 41-60 years of age (50%), and death from
CVA (50.8%), with family denial as the main reason for non-donation (AU)