Rev. AMRIGS; 53 (1), 2009
Publication year: 2009
Introdução:
Os índices de cesariana vêm aumentando consideravelmente nos últimos
anos, mesmo com o conhecimento prévio de que o parto normal é mais seguro, tanto
para a mãe, quanto para o bebê. Métodos:
Em um estudo retrospectivo, foram analisados
1.479 partos ocorridos na Maternidade da Santa Casa de Misericórdia de Pelotas (SCMP)
e 1.522 partos na Maternidade do Hospital São Francisco de Paula (HUFSP), no período
de 01/01/2007 a 31/12/2007 e comparados com os dados obtidos em estudo anterior com
o mesmo objetivo no período de 01/07/1993 a 30/06/1994. Resultados:
Foi observado
um incremento dos partos cesáreos nas duas instituições, com 41,1% dos partos da SCMP
e 40,7% no HUSFP realizados por via alta. Houve similaridade com relação ao peso dos
recém-nascidos de gestantes submetidas à via alta de parto, encontrando-se a maioria com
peso entre 2.501g e 3.500g, o que foge ao preconizado pela indicação obstétrica que recomenda
tal via em fetos macrossômicos diante do maior risco de desproporção cefalopélvica.
Também foi observado que a maioria dos partos cesáreos foram realizados em mulheres
entre 21 e 30 anos. Em comparação com os dados de 1994, observou-se que houve
aumento na proporção de cesarianas em todas as categorias de peso do recém-nascido e
idade materna, mas com maior prevalência nos fetos macrossômicos. Conclusão:
Este
estudo constatou uma incidência aumentada de partos cesáreos nas maternidades estudadas
em relação ao preconizado pelo Ministério da Saúde (AU)
Introduction:
The rates of caesarian surgeries have been increasing considerably in
recent years, despite the awareness that normal delivery is safer both for the mother and
for the infant. Methods:
In a retrospective study, we evaluated 1,479 deliveries in the
Santa Casa de Misericórdia of Pelotas, RS (SCMP) and 1,522 deliveries in the Hospital
São Francisco de Paula, RS (HUFSP) from January 1, 2007 to December 31, 2007, which
were compared to the data obtained in a previous study carried out for the same purpose
from July 1, 1993 to June 30, 1994. Results:
An increase in the number of caesarian
sections was observed, accounting for 41.1% of the deliveries in the SCMP and for 40.7%
in the HUSFP. There was similarity concerning birth weight of pregnant women submitted
to caesarian sections, most of them weighing from 2,501g to 3,500g, which is out of
the obstetrical recommendation of using such route for macrosomic fetuses because of the
greater risk of cephalo-pelvic disproportion. Most of the caesarian deliveries were performed
in women between 21 and 30 years of age. As compared to 1994 data, there was
an increase in the percentage of caesarian sections in all categories of birth weight and
maternal age, but with a greater prevalence in macrosomic fetuses. Conclusions:
This
study has found an increased incidence of caesarian surgeries in the studied hospitals as
compared to what is recommended by the Ministry of Health (AU)