Análise molecular de patógenos pela reação em cadeia da polimerase no líquido cefalorraquiano de pacientes infectados com HIV
Molecular analysis of pathogens in cerebrospinal fluid by the polymerase chain reaction in HIV-infected patients

Rev. AMRIGS; 53 (1), 2009
Publication year: 2009

Introdução:

A reação em cadeia da polimerase (PCR) foi teste de grande impacto no diagnóstico das meningites e encefalites linfocíticas durante a última década. Esse método foi extensivamente usado no diagnóstico das infecções do sistema nervoso central (SNC), devido a sua habilidade em detectar amostras mínimas de DNA-alvo no líquido cefalorraquiano.

Objetivo:

O objetivo deste estudo foi identificar a prevalência dos patógenos oportunistas responsáveis por causar problemas neurológicos em pacientes infectados com o vírus da imunodeficiência humana (HIV) e avaliar sua associação com os achados clínicos, laboratoriais e da tomografia computadorizada cerebral (TCC).

Pacientes e métodos:

Um estudo transversal foi realizado em 203 amostras de líquido cefalorraquiano (LCR) de pacientes do sul do Brasil infectados com HIV e com aparente encefalite e meningite linfocíticas. As amostras foram analisadas para os seguintes agentes pelo método da reação em cadeia da polimerase “nested” ou dupla (N-PCR): citomegalovírus, vírus do Epstein-Barr, vírus do herpes simplex tipos 1 e 2, vírus da varicella zoster, vírus do herpes humano tipo 6, vírus JC, Toxoplasma gondii e micobactérias.

Resultado:

Pelo menos um patógeno foi encontrado em 77 (38%) dos indivíduos. O Epstein-Barr foi o mais prevalente, com 40 casos (19,7%), seguido pelo citomegalovívus, com 12 casos (15%) e pelo vírus JC, em 9 casos (4,4%). Um N-PCR positivo mostrou associação com aumento de proteínas e de celularidade (P=0,001), meningismo (P=0,017) e tomografia computadorizada anormal (P=0,006).

Conclusão:

O painel de PCR empregado foi efetivo na identificação de infecções neurológicas severas em pacientes HIV positivos (AU)

Introduction:

Polymerase chain reaction (PCR) has had great impact on the diagnosis of lymphocytic meningitis and encephalitis over the last decade. It has been extensively used in the diagnosis of central nervous system (CNS) infections for its ability to detect small amounts of target DNA in the cerebrospinal fluid (CSF).

Objective:

The aim of this study was to identify the prevalence of opportunistic pathogens responsible for neurological disorders in patients infected with human immunodeficiency virus (HIV) and to evaluate its association with clinical, laboratory and cerebral computed tomography (CCT) findings.

Patients and methods:

A cross-sectional study was performed on 203 cerebrospinal fluids (CSF) from HIV-infected patients from Southern Brazil, with apparent lymphocytic meningitis and encephalitis. CSF samples were analyzed with probes for cytomegalovirus, Epstein-Barr virus, herpes simplex virus types 1 and 2, varicella zoster virus, human herpes virus type 6, JC virus, Toxoplasma gondii and mycobacterium in nested polymerase chain reaction (N-PCR).

Results:

At least one pathogen was found in 77 (38.0%) individuals. Epstein-Barr virus was the most prevalent with 40 cases (19.7%), followed by cytomegalovirus with 12 cases (5.9%) and JC virus with 9 cases (4.4%). Positive NPCR showed association with high spinal fluid protein and cell count (P=0.001), meningism (P=0.017) and abnormal CCT (P=0.006).

Conclusion:

The PCR panel used was effective in screening several neurological infections in HIV positive patients (AU)

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