Quando hipertensão arterial persistente no adolescente tem uma origem endócrina rara: relato de dois casos e revisão da literatura
When persistent hypertension in adolescents has a rare endocrine etiology: report of two cases and literature review

Sci. med. (Porto Alegre, Online); 27 (3), 2017
Publication year: 2017

OBJETIVOS:

Relatar dois casos clínicos de feocromocitoma em adolescentes, um tumor raro na idade pediátrica, localizado na medula suprarrenal e maligno em até 47% dos casos, cuja clínica resulta da hipersecreção de catecolaminas.

DESCRIÇÃO DOS CASOS:

Apresentam-se dois casos clínicos de feocromocitoma em adolescentes, ambos com hipertensão arterial persistente e um com cefaleia, sudorese e taquicardia. As ecografias renal e suprarrenal, a angio-tomografia e as dosagens de catecolaminas e seus metabolitos revelaram feocromocitoma da suprarrenal esquerda. Realizou-se adrenalectomia, após preparação farmacológica com α-bloqueadores. A anatomopatologia confirmou o diagnóstico. Ambos tiveram normalização dos valores da pressão arterial após o tratamento.

CONCLUSÕES:

O feocromocitoma tem uma expressão clínica variável e inespecífica, devendo ser considerado no diagnóstico diferencial de hipertensão arterial. A sua detecção precoce poderá implicar um tratamento menos agressivo, menor morbilidade e menor impacto na qualidade de vida dos pacientes. A elevada probabilidade de recorrência, inclusive sob forma de metástases, implica em monitorização durante anos após a apresentação clínica inicial, mesmo no caso de cura aparente.

AIMS:

To report two clinical cases of pheochromocytoma, a rare tumor in the pediatric population, that affects the adrenal medulla, is malignant in up to 47% of cases, and whose clinical manifestations result from hypersecretion of catecholamines.

CASE DESCRIPTION:

Two cases of pheochromocytoma in adolescents are described, both with persistent hypertension and one with headache, sweating, and tachycardia. Renal and adrenal ultrasound, computed tomography angiography, and measurements of catecholamines and their metabolites revealed pheochromocytoma in the left adrenal gland. Adrenalectomy was performed after pretreatment with α-blockers. Pathological examination confirmed the diagnosis. Blood pressure returned to normal in both patients after treatment.

CONCLUSIONS:

Pheochromocytoma has a varied and nonspecific clinical presentation, but this condition should always be considered in the differential diagnosis of high blood pressure. Early diagnosis may imply a less aggressive treatment, lower morbidity, and a lesser impact on patients’ quality of life. The high likelihood of recurrence of pheochromocytoma, including as metastatic disease, requires follow-up visits for several years after its initial clinical presentation, even in the case of an apparent cure.

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