Educação Médica em Geriatria: desafio brasileiro e mundial
Medical Education in Geriatrics: brazilian and global challenge
Geriatr., Gerontol. Aging (Online); 11 (2), 2017
Publication year: 2017
O acentuado envelhecimento da população mundial aumenta a demanda por profissionais com formação adequada para o atendimento da população idosa. Há carência e má distribuição de profissionais de saúde em todo o mundo, situação também vivenciada pelos profissionais capacitados para o atendimento ao idoso.
A deficiência da Educação Médica em Geriatria é um fenômeno mundial:
cerca de 40% dos países referem algum conteúdo de Geriatria nos cursos de graduação em Medicina. No Brasil, apesar de existir uma legislação avançada em termos de política do idoso, menos da metade dos cursos de Medicina oferecem disciplinas/módulos de Geriatria e/ou conteúdos relativos ao envelhecimento, além da escassez de atividades de formação para professores, especialistas e pesquisadores na área. Essa situação é agravada pelo fato desse grupo populacional apresentar grande predomínio de doenças crônico-degenerativas, especificidades na manifestação das doenças e, consequentemente, no seu manuseio, enfatizando a necessidade de um modelo biopsicossocial com atuação de equipe multidisciplinar capacitada para esse fim. Apesar do esforço, em âmbito mundial, de diversas entidades e sociedades envolvidas na área em instituir um currículo mínimo de Geriatria nos cursos de Medicina e em qualificar profissionais para a atuação na área, o problema agrava-se pela rapidez do envelhecimento populacional. Os desafios são muitos, e há um grande trabalho a ser realizado. A criação de modelos viáveis e sustentáveis de cuidados para idosos deve ser o objetivo de governantes e de todos os que atuam na área, não somente no Brasil, mas em todo o mundo.
The significant aging of the world population increases the demand for professionals with adequate training to care for the elderly. There is shortage and unsatisfactory distribution of health professionals worldwide, and so occurs in relation to professionals trained to care for the elderly. The deficiency of Medical Education in Geriatrics is a global phenomenon, since only about 40% of the countries refer some content of Geriatrics in undergraduate Medical courses. Even though Brazil has advanced legislation in terms of elderly policy, less than half of the medical courses offer Geriatrics disciplines/modules or content related to aging, besides the lack of training activities for teachers, specialists and researchers in the field. This situation is worsened by the fact that in this population group there is prevalence of chronic-degenerative diseases, specificities in the manifestation of diseases and, consequently, their handling, emphasizing the need for a biopsychosocial model with the performance of a multidisciplinary team trained for this purpose. Despite the efforts of several institutions and societies around the world involved in establishing a minimum Geriatrics curriculum in Medicine courses and qualifying professionals to work in the area, the problem is aggravated by the speed of population aging. The challenges are many and there is a lot of work to be done. The creation of feasible and sustainable models of care for the elderly should be the goal of governments and of all of those who work in the field, not only in Brazil, but all over the world.