Rev. AMRIGS; 52 (3), 2008
Publication year: 2008
Introdução:
Estudos que qualificam noções de epilepsia na sociedade demonstram
que as pessoas com melhor conhecimento acerca da doença são as que apresentam menos
atitudes negativas para com os pacientes. O médico é o principal vetor de informação
sobre saúde na sociedade. O objetivo do trabalho foi avaliar a percepção de estudantes de
Medicina sobre epilepsia nas diferentes etapas do curso. Metodologia:
Estudo transversal
através de questionários sobre epilepsia aplicados a 154 acadêmicos do curso de Medicina
da Universidade de Caxias do Sul. Foi utilizado o teste qui-quadrado para comparação
das respostas entre as fases do curso (inicial, 1º ao 4º semestre; intermediária, 5º ao
9º; final, 10º ao 12º). Resultados:
A maioria dos alunos (95,5%) já ouviu ou leu sobre
epilepsia e conhece alguém com diagnóstico de epilepsia (63,6%). Quanto às causas propostas
no questionário, quase 80% dos acadêmicos assinalaram doenças cerebrais. Entretanto,
aproximadamente 30% apontaram doença mental como causa de epilepsia. Apesar
de 95% reconhecerem o tratamento farmacológico, apenas 38% relacionou cirurgia como
terapêutica. A maioria (93,5%) não acredita que os portadores de epilepsia costumam
apresentar doença psiquiátrica severa. Além disso, 88,3% dos voluntários empregariam e
81,8% se casariam com alguém com epilepsia. Nenhum aluno rotula a epilepsia como
contagiosa. Conclusões:
Poucas diferenças foram observadas nas respostas entre as diferentes
etapas do curso de Medicina. O estudante de Medicina possui razoável conhecimento
sobre epilepsia, embora existam idéias errôneas sobre o tema entre eles (AU)
Introduction:
Studies qualifying epilepsy notions in society show that people with
better knowledge about the disease are the ones that present less negative attitudes towards
these patients. Physicians are the main providers of health information in society.
The objective of this study was to evaluate medical students perception on epilepsy at
different stages of the medical course. Methodology:
This is a cross-sectional study conducted
through questionnaires on epilepsy responded by 154 medical undergraduates of
the Universidade de Caxias do Sul. The Chi square test was used to compare the answers
between the three phases of the course (initial, 1st to 4th semester; intermediate, 5th to
9th semester; and final, 10th to 12th semester). Results:
Most of the students reported
that (95,5%) they had already heard or read about epilepsy and that they know somebody
with epilepsy (63,6%). As for the causes proposed in the questionnaire, almost 80% of the
students marked cerebral diseases. However, approximately 30% pointed mental disease
as a cause of epilepsy. Although 95% of the respondents acknowledged the pharmacological
treatment, only 38% reported surgery as a treatment option. Most (93,5%) of these
undergraduates did not believe that epilepsy patients present a severe psychiatric disease.
Moreover, 88,3% of the students would employ and 81,8% would marry someone
with epilepsy. None of the students labeled epilepsy as contagious. Conclusions:
Few
differences were found in the answers across the different stages of the medical course.
Medical students have reasonable knowledge on epilepsy, even though some erroneous
ideas do exist among them (AU)