Cefaléia cervicogênica
Cervicogenic headache

Arq. bras. neurocir; 12 (4), 1993
Publication year: 1993

Dor no segmento crânio-facial em decorrência de anormalidades músculo-esqueléticas cervicais constitui uma situaçäo clínica comum. Na Liga de Cefaléia do Hospital das Clínicas da USP, foram selecionados 44 doentes portadores de dor crânio-facial em decorrência de anormalidades funcionais e/ou orgânicas crânio-faciais. Havia 36 indivíduos do sexo feminino e 8 do masculino; a mediana de idade foi de 45,9 anos e a mediana da duraçäo das queixas, 77,5 meses. A cefaléia cervicogênica associava-se à cefaléia tensional em 5 casos e à enxaqueca e cefaléia tensional em 7. Havia dor na regiäo occiptal em 100 por cento dos doentes, parietal em 51 por cento, vértex em 42 por cento, fronto-orbitária em 67 por cento e temporal em 20 por cento. Estava associada à dor mio-facial em outras regiöes do corpo em 29,5 por cento dos casos e à fibromialgia em 6,8 por cento. Durante as crises, ocorria hiperemia ocular em 37,5 por cento dos casos, lacrimejamento em 33,3 por cento, fotofobia em 22,9 por cento, turvaçäo visual ipsolateral à dor em 29 por cento, sensaçäo de obstruçäo dos ouvidos em 10,9 por cento, edema palpebral em 18,7 por cento, náuseas em 20,8 por cento, zumbidos em 14,5 por cento, tonturas em 22,9 por cento, disfagia em 9,6 por cento e fonofobia em 6,25 por cento dos casos. A dor se acentua à movimentaçäo cervical em todos os casos e havia limitaçäo para a movimentaçäo da cabeça na maioria dos casos. O tratamento fisiátrico, isoladamente, realizada em 13 casos, resultou em melhora significante da dor em 88,5 por cento dos doentes. Quando foi associada à medicaçäo psicotrópica e analgésica anti-inflamatória proporcionou melhora em 85,4 por cento. O tratamento farmacológico isoladamente em 2 casos näo beneficiou significativamente nenhum doente. Conclui-se que o tratamento fisiátrico associado a regime medicamentoso que consiste da associaçäo de medicaçäo antidepressiva tricíclica e analgésica anti-inflamatória näo hormonal alivia significativamente a dor (86,4 por cento) em doentes portadores de cefaléia cervicogênica

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