Maus-tratos contra crianças: atitudes e percepção do cirurgião-dentista
Children maltreatment: dentists` attitudes and perception

Pesqui. bras. odontopediatria clín. integr; 1 (2), 2001
Publication year: 2001

Este estudo avaliou o conhecimento e atitudes do cirurgião dentista frente aos maus-tratos infantis. Foi elaborado um questionário e aplicado a 260 profissionais durante o XI Congresso Internacional de Odontologia da Bahia, sendo incluídos 199. Os dados foram analisados pelo Epi Info 2000. Dos dentistas avaliados, 60,3 por cento atendiam crianças com freqüência; 92 por cento, em clínica particular e 22,6 por cento, em serviço público. Quanto a prática clínica, 45,7 por cento tinham mais de 10 anos. Relataram saber definir maus-tratos 72,4 por cento, mas 93,5 por cento nunca buscaram treinamento específico. A suspeita ocorreu para 32,7 por cento dos pesquisados e 64,8 por cento denunciaram/denunciariam, sendo os órgãos de proteção à criança escolhidos por 84,5 por cento. O motivo de omissão, em 40 por cento dos casos, seria o receio de diagnóstico incorreto. Truamas orofacias, edema labial e queimaduras na mucosa oral ou língua foram considerados sinais de negligência dental, por 39 por cento, 36 por cento e 37,5 por cento respectivamente. Como sinais de abuso, foram mais prevalentes os relacionados a abuso físico: traumas orofaciais (86,6 por cento), edema labial (77,6 por cento), queimaduras (72,1 por cento) e traumatismos dentários (73,6 por cento).

Os sinais de abuso sexual foram irrelevantes para a maioria:

condiloma oral (31 por cento) herpes (27 por cento) e petéquias palatinas (25 por cento). Dentistas tem obrigação de assistir vítimas de violência, identificando e encaminhando os casos suspeitos. Observem-se entretanto, carência de informação durante a graduação, gerando dificuldade de diagnóstico e insegurança nos procedimentos de denuncia
This study aims at evaluating knowledge and atitludes towads child neglect and abuse among Brazilian den-tists. 260 questionnaires were distributed at an international meeting of dentistry in Brazil with the following con-tents: undergraduate year, specialization, knowiedge and atittudes about child maltreatment. 199 questionnaires were recovered and analyzed by Epi Info. 60.3% of all.

reported assisting child patients frequently:

92% in private dental office and 22.6% in public service. Regarding the child maltreatment definition, 72.4% of all, were able to define the definition. However, 93.5% reported no knowledge during undergraduate and 92.5% never had adequete training about child abuse and neglect. Only 32.7% of the dentists had ever suspected a case of child abuse, but 64.8% will be able to denounce it. The fear of a false diagnosis will motivate several omissions (40%). Orofacial injuries, lips ecchymoses and mouth/tong burns were considered child neglect indicators by 39%, 36.5% 37.5%. The most prevalent signs of physical abuse were orofacial trauma (86.6%), lip ecchymose (77.6%), burns (72.1%) and dental injury (73.6%). Sexual findings were not considered suggestive of abuse by the majority; oral condyloma (31%), simplex herpes (27%), and hard or soft palate bruises (25%). Dentists are frequently the first health professionals to render treatment to an abused patient and must be knowledgeable to recognize the telltale signs of abuse and be aware of their reporting obligations and requirements. There are, however, lack of confidence, little information and diagnosis difficulty.

More related

No related documents