Fratura evolutiva de crânio na infância ? Relato de cinco casos e revisão de literatura
Growing skull fracture of childhood ? Report of five cases and literature review

Arq. bras. neurocir; 32 (3), 2013
Publication year: 2013

A fratura evolutiva é uma rara complicação que se observa geralmente na infância. Caracteriza-se por afastamento progressivo das bordas das fraturas, às vezes associado à formação de um cisto leptomeníngeo, também conhecido como cisto leptomeníngeo pós-traumático. De acordo com a literatura internacional, sua prevalência varia entre 0,03% e 1,6%. Analisamos a casuística de pacientes internados com traumatismo cranioencefálico no Hospital da Restauração de Recife (Brasil), um centro de referência em neurocirurgia pediátrica, no período de 1° de dezembro de 2000 a 30 de abril de 2008. O grupo de estudo compreendeu crianças de 0 a 14 anos. Durante essa investigação foram realizadas 19.758 admissões na emergência pediátrica por traumatismo cranioencefálico, e 74% foram admitidos da área metropolitana e 26% do interior do estado de Pernambuco. Foi observada fratura craniana em 6,3% dos casos, dos quais cinco crianças (menores de 3 anos) desenvolveram fratura evolutiva, representando 0,4% das fraturas de crânio e 0,02% dos traumatismos cranioencefálicos admitidos. Foi achada em todos os casos uma massa pulsátil, que apareceu em média no quarto mês após o trauma. As cinco crianças foram submetidas a tratamento cirúrgico, que compreendeu a ressecção do cisto leptomeníngeo e do tecido cerebral herniado, reparo do defeito dural e cranioplastia. A nossa experiência e a revisão bibliográfica mostram que crianças menores de 3 anos com história de traumatismo cranioencefálico e fratura de crânio apresentam risco de desenvolver fratura evolutiva. No entanto, sendo uma condição rara crianças com fratura de crânio menores de 3 anos, é obrigatório o acompanhamento clínico. Quando diagnosticado, o tratamento cirúrgico imediato é indicado para prevenir déficit neurológico.
Growing fracture is a rare complication that usually is observed in childhood. It is characterized by a progressive opening from the edges of fractures, sometimes associated with the formation of leptomeningeal cyst, also known as post-traumatic leptomeningeal cyst. According to the literature, its prevalence ranges from 0.03% to 1.6%. We analyzed a casuistic of patients hospitalized with head trauma at the Hospital da Restauração of Recife (Brazil), a referral center for pediatric neurosurgery, in the period from December 1st 2000 to April 30th, 2008. The study group consisted of children aged 0 to 14 years. During this research, were analyzed 19,758 emergency admissions for pediatric traumatic brain injury, which 74% were admitted to the metropolitan area and 26% were from the countryside, in the state of Pernambuco. Skull fracture was observed in 6.3% of cases, including 5 children under 3 years old, who developed growing fracture, constituting 0.4% of skull fractures and 0.02% of traumatic brain injury admitted. In all cases, it was found a pulsating mass that appeared in an average time in the 4th month after the trauma. The five children were submitted to surgical resection of the leptomeningeal cyst and of the herniated brain tissue, repair of dural defect and cranioplasty. Our experience and review of the literature show that children under 3 years old, with a history of traumatic brain injury and skull fracture, present at risk of developing a growing fracture. Even though, it is a rare condition, a clinical follow-up is mandatory for these children. When the growing fracture is diagnosed, an immediate surgical treatment is indicated to prevent neurologic deficit.

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