Clin. biomed. res; 37 (3), 2017
Publication year: 2017
Introdução:
Definido como uma proliferação descontrolada de células malignas,
o câncer colorretal (CCR) é um dos tumores malignos mais comuns, e a terceira
causa de mortes relacionadas ao câncer. Várias estratégias têm sido estudadas para
auxiliar na prevenção e no tratamento coadjuvante dos sintomas do CCR, entre elas
a ingestão de probióticos, prebióticos ou simbióticos. Probióticos são microrganismos
vivos, que quando administrados em quantidade adequada afetam beneficamente o
hospedeiro. Os probióticos são comumente encontrados em alimentos fermentados
como em iogurtes por exemplo, ou na forma de suplementos que contém culturas
microbianas vivas. Prebióticos são componentes alimentares não digeríveis que
afetam beneficamente o hospedeiro, estimulando seletivamente a multiplicação ou
atividade de populações microbianas desejáveis no cólon. Já, os simbióticos consistem
na associação de probióticos e prebióticos. O objetivo do presente trabalho foi definir
a validade do uso dos probióticos, prebióticos ou simbióticos como coadjuvantes no
tratamento do CCR por meio de uma revisão sistemática da literatura.
Métodos:
Foi realizada uma pesquisa nas bases de dados PUBMED, SCIELO,
COCHRANE e CLINICAL TRIALS. Os termos de busca foram:
“colorectal cancer
AND probiotics”, “colorectal cancer AND prebiotics”.
Resultados:
Dos 68 artigos elegíveis, 14 foram revisados, com publicação entre 2012
e 2017, escritos no idioma inglês, português ou espanhol. O número amostral variou
de 38 a 310 pacientes, com idade entre 18 e 75 anos, a duração do tratamento foi de
3 dias a 3 meses. Em 3 dos estudos foram utilizados simbióticos, em 1 prebióticos,
e em 10 probióticos. As cepas de probióticos continham entre 1 e 10 substâncias,
prebióticos 4 substâncias e os simbióticos entre 5 e 8.
Conclusão:
O trabalho possibilitou o reconhecimento dos principais microrganismos
que vem sendo estudados no tratamento concomitante do CCR. A maioria dos
estudos analisados mostrou efeitos benéficos na diminuição da proteína C reativa,
da incidência e severidade da diarreia, risco de complicações pós-operatórias como
sepse, ventilação mecânica e vazamento da anastomose, além de propiciar uma
recuperação da função intestinal mais rápida. A presente revisão sistemática ressalta
a importância dos pré e probióticos concomitante aos tratamentos de CCR, porém
o número limitado de artigos dificulta a generalização dos resultados obtidos, sendo
necessários futuros estudos de longa duração para elucidar melhor esta relação (AU)
Introduction:
Defined as an uncontrolled proliferation of malignant cells, colorectal
cancer (CRC) is one of the most common malignancies and the third leading cause of
cancer-related deaths. Several strategies have been studied to prevent CRC and/or
work as an adjuvant treatment for CRC symptoms, including the use of probiotics,
prebiotics or symbiotics. Probiotics are live microorganisms that when administered in adequate amounts result in health benefit to the host. They are commonly found
in fermented foods such as yogurts or in the form of supplements that contain live
microbial cultures. Prebiotics are nondigestible food components that beneficially
affect the host by selectively stimulating the multiplication or activity of desirable
microbial populations in the colon. Symbiotics consist of the association of probiotics
and prebiotics. The aim of the present study was to define the effectiveness of the
use of probiotics, prebiotics and symbiotics as adjuvants to the treatment of CRC by
means of a systematic review of the literature.
Methods:
A search was performed on the PubMed, SciELO, Cochrane and Clinical
Trials databases. The search terms were “colorectal cancer AND probiotics”, “colorectal
cancer AND prebiotics”.
Results:
Of the 68 potentially eligible articles, 14 were revised, published between 2012
and 2017, and written in English, Portuguese or Spanish. The sample size of these
studies ranged from 38 to 310 patients, aged between 18 and 75 years. The period
of treatment ranged from 3 days to 3 months. Symbiotics were used in three studies,
prebiotics were used in one study, and probiotics were used in 10 studies. Probiotic
strains contained between one and 10 substances, prebiotics contained four substances,
and symbiotics contained between five and eight substances.
Conclusions:
This study allowed the recognition of the main microorganisms that
have been studied in the concomitant treatment of CRC. Most of the studies analyzed
showed beneficial effects on the reduction of C-reactive protein, the incidence and
severity of diarrhea and the risk of postoperative complications such as sepsis,
mechanical ventilation and leakage of anastomosis, in addition to providing a faster
recovery of the intestinal function. The present systematic review emphasizes the
importance of the use of pre- and probiotics concomitant with CRC treatments, but the
limited number of articles makes it difficult to generalize the results obtained. Further
long-term studies are needed to elucidate this relationship (AU)