Foram estudados 56 olhos de 56 pacientes submetidos a ceratoplastia e facectomia extracapsular com e sem implante de lente intraocular. A metilcelulose foi empregada para manter a câmara anterior, diminuir os danos às células endoteliais, controlar eventual pressäo vitrea, facilitar manobras cirúrgicas como inserçäo da lente intraocular "in the bag", aumentar visibilidade dos procedimentos cirúrgicos. No pós-operatório os pacientes foram observados com biomicroscopia e tonometria, visando especificamente reaçäo inflamatória de aquoso e vítreo, espessura corneana, estado endotelial e pressäo intraocular. A metilcelulose näo causou aumento de inflamaçäo, alteraçäo endotelial ou corneana em nenhum dos olhos. A pressäo intraocular que em 3 pacientes chegou a níveis entre 25 e 30 mmHg após a cirurgia, voltou aos níveis pré-operatrorios em até 3 dias. Pela primeria vez na literatura se registrou grumos transitórios provavelmente de metilcelulose aderidos ao endotelio ou na câmara anterior, que desapareceram sem sequelas. Os nossos resultados comprovam que a metilcelulose é excelente substância viscoelástica para uso em cirurgia intraocular, apresentando em relaçäo ao Healon pelo menos duas grandes vantagens: baixo custo e maior solubilidade. A metilcelulose permitiu manutençäo da câmara anterior, controle do plano vítreo, perfeita visibilidade das cápsulas anterior e posterior do cristalino e inserçäo das alças da lente "in the bag" ou no sulco