Toxoplasmose ocular: enigma a espera de estudos clínicos adequados
Ocular toxoplasmosis: enigma waiting for adequate clinical studies
Arq. bras. oftalmol; 50 (2), 1987
Publication year: 1987
Analisaram-se as fichas de 396 pacientes com diagnóstico de toxoplasmose ocular ativa entre os 1740 casos de uveíte atendidos de 1974 a 1985 no centro de uveítes da Escola Paulista de Medicina - Hospital Säo Paulo. Do total, 53% apresentava menos de 30 anos de idade e 79% tiveram a primeira crise com menos de 30 anos. A patologia foi unilateral em 61% dos casos de 51% apresentava lesäo cicatrizada associada. Todos apresentavam imunofluorescência sérica positiva para toxoplasmose e diagnósticos diferenciais negativos. Pelo menos 1,5% dos pacientes apresentou em período variável de 2 semanas a 3 anos anteriormente ao quadro ocular, IgM específica para toxoplasmose positiva pela imunofluorescência, mostrando a possível importância da toxoplasmose adquirida em nosso meio. Os pacientes foram submetidos a diferentes esquemas do tratamento. A porcentagem geral de recidivas foi de 9,3%, variando de 7% nos pacientes que receberam pirimetamina e sulfa até 17,5% nos que receberam associaçäo de pirimetamina, sulfa, espiramicina e clindamicina. Pacientes que receberam espiramicina apresentaram 9,5%; clindamicina 16% e nenhum tratamento 7,3% de recidivas caracterizando que este tipo de trabalho näo serve para comparar a eficácia de diferentes aspectos terapêuticos por ser do tipo retrospectivo, sem controle. Nenhum tratamento com drogas anti-toxoplasma foi capaz de evitar recidivas