Peculiaridades da toxoplasmose ocular no Rio Grande do Sul
Peculiarities of ocular toxoplasmose in Rio Grande do Sul, Brazil

Arq. bras. oftalmol; 51 (5), 1988
Publication year: 1988

Observaçöes clínicas, estudos sorológicos e trabalhos experimentais realizado durante os 10 últimos anos no Rio Grande do Sul, nos tem possibilitado detectar certas características inusuais da toxoplasmose ocular diferentes às encontradas em outras regiöes do mundo. Epidemiologicamente, levando-se em conta a origem dos pacientes, podemos dividir o Estado em três regiöes principais: a) Encosta do Nordeste e Alto Uruguai, b) Planalto Médio e Depressäo Central; c) Campanha. A maioria dos pacientes foram oriundos da Regiäo da Encosta, muito menos provinham da Depressäo Central e quase nenhum da Campanha. As razöes dessas variáveis na prevalência desta doença podem ser de ordem geográfica e climática assim como culturais e étnicas. Todavia, a possível presença de diferentes cepas do parasita näo pode ser descartada. Outro fato atípico encontrado é o grande número de casos de toxoplasmose familiar. Nove famílias foram estudadas nas quais vários membros estavam afetados, seja por lesöes ativas ou cicatriciais. Deve-se levar em consideraçäo a possibilidade de que muitos dos casos possam näo ser congênitos, mas adquiridos de apariçäo tardía. Estudos genéticos dos antigenos HLA nestas populaçöes e famílias poderiam ajudar a esclarecer esses problemas. Um outro fato refere-se aos aspectos morfológicos das lesöes de retinocoroidite. Estas costumam começar em uma pequena zona central, estendo-se concentricamente em forma tridimensional, até a periferia e esclera, até atingir seu máximo grau. Após, o processo de cicatrizaçiao começa centripetamente desde a periferia até o centro, onde a necrose e os fenómenos inflamatórios säo habitualmente mais intensos e duradouros. A correlaçäo deste padräo patológico com os fenômenos hétero e auto-imunes que acontecem neste tipo de lesäo ainda está por ser descoberta

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