Retinopatia hipertensiva e prognóstico fetal nas doenças hipertensivas da gestaçäo
Hypertensive retinopathy and fetal prognosis in hypertensive disorders of pregnancy

Arq. bras. oftalmol; 58 (4), 1995
Publication year: 1995

Introdução:

Toxemia gravídica é uma síndrome caracterizada por hipertensão, proteinúria, edema e ganho de peso, no terceiro trimestre da gravidez. Essa doença sistêmica pode afetar quase todos os órgãos de corpo humano, tendo, potencialmente, conseqüências devastadoras para a mãe e para o feto. O objetivo deste estudo é verificar a importância do exame oftalmológico no diagnóstico da toxemia gravídica, bem como correlacioná-la com os achados de retinopatia hipertensiva e prognóstico fetal.

Materiais e métodos:

Pacientes gestantes, portadoras de pressão arterial elevada, foram submetidas à fundoscopia e enquadradas na classificação de Gans e na de Keith-Wagener-Barker, (KW). Após o nascimento, os recém-natos (RNs) foram avaliados quanto à idade gestacional (PARKIN), peso e índice de Apgar.

Resultados:

Foram examinadas 148 gestantes, com idade entre 14 a 48 anos (média 28,67 anos). Destas, 26 (17,6 por cento) eram portadoras de pré-eclâmpsia leve, 35 (23,6 por cento) de pré-eclâmpsia severa, 9 (6,1 por cento) de eclâmpsia e 78 (52,7 por cento) de huipertensão arterial crônica. De acordo com a classificação de KW, 89 (60,1 por cento) tinham retinopatia leve (grau 1), 26 (17,6 por cento) moderada (grau 2), 24 (16,2 por cento) severa e 9 (6,1 por cento) não tinham sinais de retinopatia hipertensiva. Do total de 143 RNs, 55 (38,5 por cento) eram pequenos para a idade gestacional, 90 (62,9 por cento) eram prematuros, 27 (18,2 por cento) foram a óbito, 45 (31,5 por cento) tinham Apgar 1,2 ou 3 no 1º minuto, e 32 (22,4 por cento) tinham Apgar 1, 2 ou 3, no 5º minuto de vida.

Conclusões:

Concluiu-se pela análise dos resultados, que, através da fundoscopia, pode-se confirmar o diagnóstico do tipo de toxemia gravídica (p<0,001), entretanto, foi impossível, através da fundoscopia, pode-se confirmar o diagnóstico do tipo de toxemia gravídica (p<0,001), entretanto, foi impossível, através desse exame, prever qualquer situação do prognóstico fetal. Concluiu-se, também, que os melhores exames para previsão do prognóstico fetal são: a avaliação da pressão arterial e o próprio diagnóstico clínico feito pelo obstetra, com base em exames laboratoriais (p<0,001).

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