Arq. bras. oftalmol; 64 (3), 2001
Publication year: 2001
Objetivo:
Descrever as complicaçöes per e pós-operatórias ocorridas durante o uso inicial de dois microceratótomos automatizados na realizaçäo de LASIK. Métodos:
Estudo retrospectivo das primeiras cirurgias realizadas com dois microceratótomos automatizados, sendo 70 olhos de 54 pacientes utilizando o microceratótomo da Chiron modelo Automated Corneal Shaper (ACS), no período de abril de 1997 a abril de 1998 e 100 olhos de 82 pacientes com o microceratótomo automatizado Moria Carriazo-Barraquer (CB), durante o período de fevereiro de 1999 a junho de 1999. A fotoablaçäo foi realizada com excimer laser de fluoreto de argônio de 193 nm da Summit modelo Apex Plus. Foram avaliadas as complicaçöes per e pós-operatórias até um mês de seguimento. Resultados:
A fotoablaçäo näo foi realizada em 3 casos (4,3 por cento) usando-se o microceratótomo ACS e em 1 caso (1 por cento) usando o microceratótomo CB. As complicaçöes mais freqüentemente encontradas com o ACS foram:
falha no retorno automatizado do microceratótomo (7,1 por cento), ceratectomia parcial ("flap" incompleto): 4,3 por cento, presença de dobras estromais (14,3 por cento), desepitelizaçäo central (4,3 por cento) e crescimento epitelial na interface (4,3 por cento). Já com o CB, foram encontrados: "flap" descentralizado (3 por cento), desepitelizaçäo central (5 por cento), dobras estromais (28 por cento) e síndrome das Areias de Sahara (6 por cento). Conclusöes:
O uso inicial de ambos microceratótomos foi relacionado a considerável índice de complicaçöes per e pós-operatórias, näo levando necessariamente à perda de visäo. Maior conhecimento clínico das alteraçöes ocorridas com o uso destes instrumentos, bem como maior experiência na sua utilizaçäo podem diminuir a ocorrência de complicaçöes.