Arq. bras. oftalmol; 65 (1), 2002
Publication year: 2002
Objetivo:
Realizou-se um estudo em estudantes da Faculdade de Medicina do ABC afim de analisar e relacionar a freqüência de usuários de correção óptica, o tipo de vícios de refração, o número de pessoas submetidas à cirurgia refrativa e o conhecimento e interesse por essa operação. Métodos:
realizou-se um levantamento entre estudantes de medicina da Faculdade de Medicina do ABC, no período de 19 a 21 de junho de 2000. Foi utilizado um questionário auto-aplicável como instrumento de coleta de dados. Resultados:
foi relatado que 62,7 por cento dos estudantes usavam correção óptica, sendo que 53,3 por cento desses apresentavam, como erro de refração, miopia simples ou associada ao astigmatismo. 92,8 por cento do total dos entrevistados já tinham ouvido falar em cirurgia refrativa, contendo apenas 34,2 por cento conhecedores dessa técnica cirúrgica e 17,6 por cento conhecedores dos riscos e complicações pós-operatórios. Entre os 200 estudantes amétropes, 50,5 por cento gostariam de ser submetidos à operação, sendo que 69,0 por cento deles esperavam, através da cirurgia, a cura definitiva. Foi coletado, também, que 51,7 por cento dos entrevistados tiveram a última consulta oftalmológica há menos de 1 ano; 32,0 por cento entre 1 e 3 anos e 15,7 por cento há mais de três anos. Apenas 5 estudantes já tinham sido submetidos à cirurgia refrativa. Conclusão:
A maioria dos estudantes de Medicina (62,7 por cento) é portador de vício de refração corrigido, sendo os mais freqüentes a miopia simples e a miopia associada a astigmatismo. Há pouco conhecimento e falsa expectativa em relação à cirurgia, sendo que apenas 34,2 por cento entrevistados conhecem o procedimento cirúrgico, 17,6 por cento sabem dos riscos e das complicações e 69,0 por cento esperam cura total. Diante das condições desse estudo, foi constatado que apesar de muitos se interessarem pela cirurgia refrativa, poucos se submeteram a ela, devido, principalmente, em ordem decrescente, a: contra-indicação médica, falta de oportunidade, falta de conhecimento e problemas financeiros. Os consultórios oftalmológicos são apenas a quarta fonte de informação, precedido, em ordem decrescente, por familiares, amigos e faculdade, o que é evidenciado pelo fato de 81,5 por cento dos entrevistados gostariam de se informar melhor sobre a cirurgia refrativa. Mesmo tendo 83,7 por cento se consultado nos últimos três anos, informações e esclarecimento satisfatório não foram fornecidos.