Arq. bras. oftalmol; 65 (5), 2002
Publication year: 2002
Objetivo:
Identificar as principais doenças oculares numa população de neonatos assistidos pelo Sistema único de Saúde em maternidades de referência no Estado de Pernambuco, orientando o seguimento e tratamento necessário. Métodos:
Realizou-se estudo de corte transversal numa população de recém-nascidos em três maternidades públicas, no período de abril a outubro de 2000. Procedeu-se ao exame oftalmológico durante visitas semanais, orientando-se o seguimento e tratamento dos casos com alterações oculares ou fatores de risco. Resultados:
Examinaram-se 3280 recém-nascidos: 1403 (42,8 por cento) na Maternidade da Encruzilhada (CISAM), 1232 (37,5 por cento) na Maternidade do Hospital Barão de Lucena (MIIBL) e 645 (19,7 por cento) na Maternidade do Hospital Agamenon Magalhães (MHAM). 387 eram pré-termo (11,8 por cento dos casos). Encaminharam-se ao serviço especializado 701 neonatos (21,4 por cento do total examinado) com alterações oculares ou com fatores de risco. Destes, 46,4 por cento eram pré-têrmo e 37,9 por cento receberam oxigenoterapia,observando-se maior número porcentual na MHBL (45,4 por cento). Observou-se conjuntivite em 3,0 por cento dos olhos, leucocoria em 0,4 por cento e hemorragia subconjuntival em 2,0 por cento. À fundoscopia, encontraram-se hemorragias retinianas em 7,8 por cento dos casos, com acometimento macularem 4,3 por cento. Conclusões:
As doenças oculares mais freqüentes foram: hemorragias retinianas e conjuntivites. Os principais fatores de risco observados foram:
prematuridade e doenças infecciosas neonatais. Os autores enfatizam que o exame ocular deve ser realizado rotineiramente nos neonatos.