Arq. bras. oftalmol; 66 (2), 2003
Publication year: 2003
Objetivos:
A proposta deste estudo é estabelecer valores normativos para o eletrorretinograma (ERG) de campo total, em um grupo de voluntários adultos jovens segundo o protocolo padrão recomendado pela Sociedade Internacional de Eletrofisiologia Visual Clínica (ISCEV). Métodos:
Participaram deste estudo 42 voluntários normais com idades variando de 15 a 26 anos, sendo 20 homens e 22 mulheres. Os eletrorretinogramas de campo total foram obtidos com eletrodos de lente de contato bipolares e seguiram as 5 etapas do protocolo da Sociedade Internacional de Eletrofisiologia Visual Clínica:
a) resposta de bastonetes; b) reposta máxima; c) potenciais oscilatórios; d) resposta máxima de cones; e) resposta de cones ao flicker 30 Hz. Os parâmetros analisados foram a amplitude de resposta do pico da onda-a até o pico da onda-b (pico a pico em µV)e o tempo de culminação da onda-b (ms). Resultados:
As médias (ñ 1 desvio padrão) da amplitude pico a pico foram: resposta de bastonetes - 241,1ñ66,9 µV; resposta máxima - 385,4ñ71,8 µV; potenciais oscilatórios - 180,6ñ48,6 µV; resposta de cones - 102,8ñ36,3 pV e flicker 30 Hz - 69,2ñ26,6 µV. Para o tempo implícito da onda-b os valores foram: resposta de bastonetes - 85,2ñ7,6 ms; resposta máxima - 45,6ñ2,0 ms; resposta de cones - 27,8ñ1,2 ms e flicker 30Hz - 27,9ñ1,2 ms. Os resultados foram comparáveis entre os grupos masculino e feminino, exceto para a resposta máxima em que as mulheres obtiveram amplitudes estatisticamente maiores (t=2,06; P=0,046). Conclusão:
Os valores encontrados estão de acordo com dados normativos da literatura e são fundamentais para o diagnóstico correto de disfunções retinianas em pacientes na mesma faixa etária. Inclusão de outras faixas etárias e o aumento no número de sujeitos testados são necessários para estender valores normativos para o eletrorretinograma.