Escores de risco de tromboembolismo e sangramento em pacientes com fibrilação atrial
risk scores for thromboembolism and bleeding in patients with atrial fibrillation

Rev. Soc. Cardiol. Estado de Säo Paulo; 27 (3), 2017
Publication year: 2017

O uso de anticoagulantes tem papel essencial na prevenção de eventos tromboembólicos em pacientes com fibrilação atrial (FA). Entretanto, esse tratamento pode ter consequências graves, como eventos hemorrágicos. Por este motivo, é importante classificar os pacientes quanto ao risco de acidente vascular cerebral (AVC) e embolia sistêmica e identificar aqueles para os quais a terapia anticoagulante está indicada para prevenção desses eventos, assim como evitar o uso desse tratamento em pacientes de baixo risco. Os escores de risco de eventos tromboembólicos para pacientes com FA mais utilizados na prática clínica são CHADS2 e o CHA2DS2VASc, que apresentam um valor de estatística C entre 0,6 e 0,7, o que representa performance razoável. Para predizer o risco de eventos hemorrágicos, estão disponíveis os escores HEMORR2HAGES, HAS-BLED, ATRIA e ORBIT, com estatística C em torno de 0,6, ou seja, capacidade preditora modesta. Os escores usados para pacientes com FA são razoáveis na predição de risco de eventos isquêmicos e hemorrágicos, no entanto seu papel quanto à capacidade de guiar o tratamento é limitado. Os registros de prática clínica têm demonstrado que os pacientes com maior risco de AVC são os que recebem anticoagulante com menos frequência, o que configura um “paradoxo” de tratamento. Novos escores, que incluem fatores clínicos e biomarcadores e que já têm validação externa, deverão ajudar a comunidade médica nas decisões terapêuticas, fornecendo informações úteis adicionais para se atingir o maior benefício líquido: máxima redução de eventos isquêmicos à custa do menor risco de sangramento ao promover a anticoagulação em pacientes com FA
Anticoagulation therapy plays an essential role in preventing thromboembolic events in patients with atrial fibrillation (AF). However, this treatment can have severe consequences, such as hemorrhagic events. For this reason, it is important to classify patients according to their risk of stroke and systemic embolism, and to identify those patients for whom anticoagulation therapy is indicated, in order to prevent these events and avoid the use of this treatment in low-risk patients. The risks scores of thromboembolic events for patients with AF that are most used in clinical practice are CHADS2 and CHA2DS2VASc, which present C-statistics values of between 0.6 to 0.7, representing reasonable performance. To predict the risk of hemorrhagic events, the HEMORR2HAGES, HAS-BLED, ATRIA and ORBIT scores are available, with C-statistics of around 0.6, i.e. modest predicting capacity. The scores used for patients with AF are reasonable in predicting the risk of ischemic and bleeding events, but their role in terms of their capacity to guide the treatment is limited. Registries of clinical practice have shown that patients at higher risk for stroke are those that received anticoagulants with less frequency, leading to what is known as a treatment “paradox”. New scores, which include clinical factors and biomarkers and have external validation, should help the medical community in the therapeutic decision-making process, providing useful additional information in order to achieve better net benefit: maximum reduction of isquemic events, with a lower risk of bleeding, while promoting anticoagulation in patients with AF

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