Geriatr., Gerontol. Aging (Online); 11 (3), 2017
Publication year: 2017
Objetivos:
Verificar fatores determinantes dos níveis de funcionalidade em idosos brasileiros. Método:
Análise secundária da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), de 2013, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A relação entre os níveis de funcionalidade e as características sociodemográficas e clínicas foi testada pela regressão linear, ajustada pela autopercepção de saúde (APS), por meio do programa Epi Info™, versão 7.2.1, aceitando p < 0,05. A funcionalidade foi avaliada por meio de um escore de funcionalidade desenvolvido a partir das questões da PNS. Resultados:
As análises univariadas revelavam que, exceto a raça, todas as variáveis socioeconômicas e clínicas tinham relação significativa com a facilidade em atividades básicas (ABVD) e instrumentais (AIVD) de vida diária. Nas análises de regressão linear múltiplas, as variáveis mais significativas foram idade, APS, acidente vascular cerebral (AVC) e doença mental (p < 0,001). A APS explicou significativamente as diferenças nos níveis de AIVD (5,1%, p < 0,01) e ABVD (3,4%, p < 0,01) mesmo controlando-se a análise pelas outras variáveis. O AVC e a doença mental foram relacionados com menores escores de funcionalidade, tanto em AIVD (respectivamente, 20,5%, p < 0,01 e 19,1%, p < 0,01) quanto ABVD (respectivamente, 13,5%, p < 0,01 e 7,6%, p < 0,01). Conclusão:
Os níveis de funcionalidade dos idosos puderam ser explicados tanto por fatores constitucionais (idade), quanto por variáveis modificáveis (AVC, doença mental e autopercepção de saúde), muitos dos quais ainda com grande impacto na morbimortalidade brasileira. O destaque da APS sugere que ela pode ser um indicador da qualidade do acompanhamento de saúde dos idosos brasileiros.
Objectives:
Our objective was to verify factors determining the functional level of Brazilian elderly people. Method:
This is a secondary analysis of the 2013 National Health Survey (NHS) conducted by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE). The association between functional levels and sociodemographic and clinical characteristics was tested by linear regression adjusted for self-perception of health (SPH) using the Epi Info™ program version 7.2.1. P-values lower than 0.05 were regarded as statistically significant. Functionality was assessed by a functional score developed based on the NHS questions. Results:
Univariate analyses revealed that, except for ethnicity, all socio-economic and clinical variables were significantly related to ease of performing basic activities of daily living (BADL) and instrumental activities of daily living (IADL). Upon multiple linear regression analysis, the most significant variables were age, SPH, stroke, and mental illness (p < 0.001). SPH significantly explained the differences in IADL (5.1%, p < 0.01) and BADL (3.4%, p < 0.01) levels even when controlling for the other variables. Stroke and mental illness were related to lower functional scores, both in IADL (20.5%, p < 0.01 and 19.1%, p < 0.01, respectively) and in BADL (13.5%, p < 0.01 and 7.6%, p < 0.01, respectively). Conclusions:
The functional status of the elderly could be explained by constitutional factors (age) and modifiable variables (stroke, mental illness, and SPH), many of which still have a great impact on Brazilian morbidity and mortality. The highlight of SPH suggests that it may be an indicator of health care quality for the Brazilian elderly.