Rev. AMRIGS; 48 (4), 2004
Publication year: 2004
Objetivos:
Avaliar a evolução de casais que consultaram um serviço de infertilidade
por até 10 anos e os métodos de investigação e tratamento utilizados.
Pacientes e Métodos:
Pelo número telefônico registrado em prontuário (1991-2000)
localizaram-se 73 pacientes, das quais 68 participaram do estudo, respondendo questionário.
Para análise estatística utilizaram-se o teste t e o teste exato de Fisher.
Resultados:
Das 68 participantes, 75% provinham da Grande Porto Alegre, 62% encaminhadas
por médico; 71% possuíam, no mínimo, ensino médio. Na primeira consulta,
30 mulheres tinham idade entre 30-34 anos e 62% dos casais apresentavam infertilidade
primária. O tempo de infertilidade variou entre 2-20 anos. Todas as mulheres e 94% dos
parceiros investigaram, e 69% das mulheres e 23% dos homens trataram infertilidade.
Das 68 participantes, 29 (43%) gestaram, 9 (13%) delas duas vezes, totalizando 38 gestações; destas, 6 (16%) resultaram em aborto. Houve uma (3%) gestação gemelar (33 nativivos).
A diferença entre idade média e tempo médio de infertilidade das pacientes que
engravidaram e que não engravidaram foi significativa (p<0,05). Dos casais que obtiveram
gestação, 63% o fizeram com tratamento e 37% espontaneamente, sem diferença
significativa (p>0,05) entre os grupos que trataram e não trataram infertilidade.
Conclusão:
Para o grupo estudado, a expectativa que casais inférteis obtenham gestação foi de 43%. Dos tratamentos resultando em gestação, em 46% foram utilizados apenas
medicamentos, sugerindo que o tratamento da infertilidade possa ser acessível a uma
maior parcela da população. As técnicas de reprodução assistida contribuíram para 42%
das gestações obtidas com tratamento, melhorando o prognóstico da infertilidade (AU)
Objective:
To evaluate the evolution of couples attending to an infertility service for
up to ten years and methods used for investigation and treatment.
Patients and Methods:
Through telephone number registered on the file (1991–2000),
73 patients were reached and 68 agreed in taking part of this study, answering to a questionnaire.
T test and Fisher’s test were used for statistical analysis.
Results:
From the 68 participants, 75% came from Porto Alegre and surroundings,
62% following medical advice; 71% had attended to, at least, high school. At the first
consultation, 30 patients had ages between 30-34 years and 62% of the couples had primary
infertility. Infertility period ranged between 2-20 years. All the women and 94% of
their partners investigated, 69% of the women and 23% of the men treated infertility.
Among 68 participants, 29 (42%) got pregnant, 9 (13%) of them twice (38 pregnancies);
there were six (16%) miscarriages and one (3%) twin pregnancy (33 live births). Regarding
to average patient’s age and infertility period, difference between patients who got
and did not get pregnant was significant (p<0,05). Among couples obtaining pregnancy,
63% did it after treatment and 37% spontaneously, difference between both groups being
not significant (p>0,05).
Conclusion:
According to the group studied, the pregnancy expectation rate for infertile
couples was 43%. Among treatments resulting in pregnancy, in 46% only drugs were
used, suggesting that infertility treatment may be afforded for a larger population group.
Assisted reproduction techniques were used in 42% of the pregnancies obtained after
treatment, improving infertility prognosis (AU)