Rev. AMRIGS; 48 (3), 2004
Publication year: 2004
Introdução:
Este estudo visa a determinar a importância da relação PSA livre (PSAL)
/ PSA total (PSA) como forma de diferenciar câncer de próstata (CAP) de hiperplasia
prostática benigna (HPB) em homens com níveis séricos de PSA entre 4,1 e 10 ng/ml.
Material e métodos:
Entre 1999 e 2000, 140 homens consecutivos com PSA entre
4,1 e 10 ng/ml foram submetidos à biópsia prostática. Utilizou-se como ponto de
corte uma RLT de 0,16, sendo valores iguais ou inferiores a este considerados sugestivos
de CAP.
Resultados:
Em 42 homens (30%) foi detectado CAP e em 98 (70%), HPB. Entre os
homens com CAP, 31 (74%) apresentaram RLT igual ou inferior a 0,16 e 11 (26%) apresentaram-na
superior a este valor. Entre os homens com HPB, 25 (25,5%) apresentaram RLT
igual ou inferior a 0,16 e 73 (74,5%) apresentaram-na superior a este valor. A razão de
chance de CAP para os homens com RLT igual ou inferior a 0,16 foi de 8,23 (IC 95%, 3,61
– 18,76). A sensibilidade da RLT na detecção do CAP foi de 73,8% e a especificidade de
74,5%. Os valores preditivos positivo e negativo foram 55,4% e 86,9%, respectivamente.
Conclusão:
O ponto de corte igual ou inferior a 0,16 para a RLT pode ser utilizado
como critério auxiliar para enfatizar indicação de biópsia prostática em homens com PSA
entre 4,1 e 10 ng/ml, pelo fato de este grupo apresentar um risco maior de CAP. Entretanto,
não deve ser utilizado para contra-indicar a biópsia prostática, pela possibilidade de
falha diganóstica e não detecção de casos de CAP (AU)
Introduction:
The aim of this study was to evaluate the value of the relation of free
PSA / to total PSA (PSA) in the differentiation of prostate cancer from benign prostatic
hyperplasia (BPH) in men with PSA levels between 4.1 and 10 ng/ml.
Material and Methods:
Between 1999 and 2000, 140 consecutive men with PSA levels
between 4.1 and 10 ng/ml were submitted to at least one transrectal ultrasound prostate
biopsy. Free PSA was measured in all men, and its relation with PSA (FTR) was
calculated. A FTR cutoff of 0.16 was used, and men with values at or below it were considered
at risk for prostate cancer.
Results:
Prostate cancer was found in 42 men (30%) and BPH in 98 (70%). Of the
men with prostate cancer, 31 (74%) presented with a FTR equal or below 0.16 and 11
(26%) presented with a FTR above this value. The odds ratio (OR) for prostate cancer
was 8.23 (CI 95%, 3.61 – 18.76) in men with a FTR equal or below 0.16. FTR had a
sensibility of 73.8% and a specificity of 74.5% in the detection of prostate cancer. The
positive and the negative predictive values were 55.4% and 86.9%, respectively.
Conclusion:
The cutoff value equal or below 0.16 for the FTR may be used as an
auxiliary criteria to emphasize prostate biopsy indication in men with PSA values between
4.1 and 10 ng/ml, since this group is at greater risk of harbouring prostate cancer.
Nevertheless, it should not be used to contraindicate prostate biopsy because of the possibility
of missing prostate cancer cases (AU)